SD-WAN é segura para ser eficiente ou é eficiente porque é segura?

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Cibersegurança se tornou condição primária das redes definidas por software, defende a Fortinet.

Os provedores de serviços de Internet (ISPs) e as operadoras de telecomunicações começaram a adotar as redes definidas por software (SD-WAN) sem considerar, em um primeiro momento, alguns pontos importantes, de acordo com Alexandre Bonatti, diretor de Engenharia da Fortinet no Brasil. Ele explica que a SD-WAN surgiu como uma maneira de reduzir custos na oferta de conectividade, já que, por essência, ela troca a necessidade de links dedicados – em Mpls, por exemplo – por uma conectividade de vários links, gerenciada na rede de Internet tradicional. Isso otimiza e, sim, barateia a conexão, principalmente entre matriz e filiais de empresas.

Ocorre que o simples fato de colocar as conexões na Internet, as expõe no quesito segurança, e isso gerou um efeito colateral prejudicial aos primeiros avanços da SD-WAN no mundo. Para a Fortinet, que é desenvolvedora de soluções de segurança, esta foi a deixa para o avanço em um novo mercado, mudando o conceito da tecnologia e estimulando o questionamento feito no título deste texto. Vamos explicar.

Os primeiros ofertantes de SD-WAN eram fabricantes de softwares de roteamento, que, por natureza, focaram na infraestrutura de conectividade. “A SD-WAN nasceu para levar mais inteligência ao balanceamento de tráfego na ponta da rede. Ou seja: eram equipamentos que recebiam vários links e os distribuíam de acordo com a demanda do usuário de Internet”, explica Bonatti.

Essa funcionalidade logo foi caracterizada pela redução de custos que provinha, pois era possível juntar links de 4G, de par metálico (ADSL), de fibra óptica, de cabo, rádio  etc. e os distribuir de forma mais inteligente para tornar o custo da conectividade menor, em comparação aos links dedicados. “Mas não havia requisitos de segurança e isso gerou um gap, decorrendo em uma série de ocorrências que tornaram a solução um problema para diversas aplicações”, pontua Bonatti.

SD-WAN como consequência da cibersegurança

A Fortinet entendeu esse cenário e usou sua expertise em segurança cibernética para ofertar o que agora chama de SD-WAN Segura ou Secure SD-WAN. Ou seja, a segurança passou a ser o direcionamento principal, estando a SD-WAN como uma consequência dela no portfólio da Fortinet.

A empresa estruturou o conceito e passou a ofertá-lo às operadoras que já tinham alguma solução de cibersegurança da marca. “Em resumo, trouxemos aos nossos clientes a possibilidade de agregar a SD-WAN sem custo adicional com licenças. Isso nos fez decolar rapidamente no mercado e, agora, temos mostrado que a Fortinet se tornou solucionadora de um efeito colateral (a segurança), o colocando à frente da própria oferta do serviço (a SD-WAN)”, diz.

Com o avanço da digitalização, a segurança cibernética alcançou outro status nas aplicações e isso também impulsionou o Secure SD-WAN da Fortinet. Hoje, avalia Bonatti, a cibersegurança é área estratégica nas empresas e a prova disso está no avanço da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), na retirada dos cookies (cooki-less) prevista pelos principais navegadores de Internet e nos próprios custos gerados por invasões e roubos de dados, algo que tem aumentado vertiginosamente nos últimos anos. “Com a pandemia, levando vários negócios a serem 100% digitais, a cibersegurança ficou ainda mais estratégica e isso vem se apresentando como uma grande oportunidade de negócios para as operadoras e provedores de serviços de telecomunicações”, diz o executivo.

Ele pontua que 53% das empresas avaliam a possibilidade de terceirizar a cibersegurança com um provedor de serviços de Internet, de acordo com uma pesquisa feita mundialmente pela Fortinet em 2019. Outra pesquisa, do Gartner, projeta que 90% das empresas avaliarão terceirizar a cibersegurança com um provedor até 2024. “Essas projeções levam em conta a falta de profissionais de cibersegurança no mercado, além, claro, de considerar os pequenos estabelecimentos, que não podem internalizar um profissional desse gabarito, mas precisam igualmente obter segurança nos seus negócios digitais”, diz.

Há, portanto, um caminho virtuoso para a oferta de cibersegurança no portfólio dos provedores regionais e operadoras. “Daí surge o que o mercado já conhece como link seguro, que nada mais é do que a oferta de links em SD-WAN segura – com toda a qualidade e economia que o conceito oferece – com a cibersegurança como serviço adicionado”, diz.

Esta é uma forma das operadoras fidelizarem os clientes, avalia Bonatti, pois passam a vender um produto com valores agregados, ao invés de simplesmente competir no concorrido universo do preço do megabit por segundo. “As operadoras precisam sair do modelo de venda de Mbps como commodity e passar a cativar os clientes com a oferta de multisserviços. Acreditamos que a cibersegurança como serviço é um caminho interessante nesse sentido”, reforça ele.

Conceito amplo e eficiente

A SD-WAN segura não é um simples produto. Para Bonatti, ela é um conceito mais amplo e está baseada em alguns pilares que, no caso da Fortinet, permitiram otimizar mais de 4 mil aplicações, mapeadas e catalogadas por ela para servir de benchmarking em novas aplicações. “A SD-WAN provê inteligência de tráfego. Isso não é simplesmente a inteligência de qual link de upload ou download será mais adequado para cada conexão, como o mercado costuma defender. Quando falamos em inteligência, pensamos no entendimento profundo das aplicações do cliente final para, aí sim, priorizar a conectividade de acordo com ela”, diz.

A expansão do trabalho remoto ilustra a definição de Bonatti. Em uma empresa de contact center, por exemplo, o principal SLA (acordo de nível de serviço) é a qualidade de voz. “Com o teletrabalho, os atendentes passaram a atuar de suas casas, tendo a banda larga Wi-Fi e um aparelho de voz sobre IP como as principais ferramentas de trabalho”, diz. O Secure SD-WAN adquire visibilidade sobre isso, fazendo com que o aparelho VoIP tenha prioridade no tráfego em relação ao Playstation que o filho da atendente está jogando, por exemplo.

Já em uma empresa de logística, a priorização de tráfego deve ser dada ao sistema de gerenciamento empresarial (ERP), ou, em uma clínica médica, o tráfego crítico pode ser o da transmissão de exames de imagem. É possível também prever que em um escritório de arquitetura, a prioridade deva ser para a transmissão de arquivos de projetos, assim como na central policial as câmeras IP de vigilância são críticas, e assim por diante.

Nota do Editor – Alexandre Bonatti, assim como especialistas da Abrint, da Megatelecom, da Sencinet e outros, serão palestrantes do Evento “Como monetizar a oferta de serviços de telecom com SD-WAN Segura”. Data: 22/06, das 17h às 18h30. As inscrições são gratuitas e a transmissão ao vivo ocorrerá pelo YouTube. Inscreva-se aqui!

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