Brasileiros confiam no PIX, apesar dos riscos

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Pesquisa aponta que usuários já consolidaram o PIX em seu cotidiano, o que deve expandir o uso da funcionalidade nas transações de meios de pagamentos, especialmente em datas comemorativas, como o Dia do Consumidor. Com isso, as instituições bancárias poderão assumir medidas mais firmes contra as altas taxas de golpes neste meio de pagamento

Por: Matheus Bracco

O Dia do Consumidor, celebrado hoje (15) no Brasil, é uma data essencial para a economia brasileira e os novos dados divulgados pela FICO indicam que as transferências em tempo real devem alavancar ainda mais esses negócios. A pesquisa “Como os golpes de pagamento em tempo real afetam os consumidores” mostra  que o uso do PIX já se disseminou no público brasileiro, expondo altas taxas de confiança no recurso.

Todavia, quase dois terços dos brasileiros (65%) possuem algum amigo ou familiar vitimado por um golpe envolvendo o PIX. Quase a mesma taxa (63%), também já recebeu contatos nesse sentido. Por fim, 11% enviaram o PIX requisitado mesmo após ser notificado dos riscos. As perdas de valores vão desde R$ 250 (46%) até R$ 5.000 (5%).

Na visão de Ricardo Ribeiro, diretor de Plataforma da FICO América Latina, os números mostram um grau crescente de maturidade por parte do público nacional usuário de pagamentos em tempo real. Entretanto, os níveis de sucesso dos roubos por PIX ainda são altos demais para serem considerados sob controle.

“O PIX veio para ficar, mas essa consolidação também leva a um aumento de golpes direcionados a esse tipo de transferência, baseados em métodos cada vez mais sofisticados.  Hoje, a demanda do consumidor é que os próprios bancos assumam um papel de liderança no enfrentamento desses esquemas, assumindo perdas e investindo em trabalhos educativos para a população em geral”, explicou o diretor durante a apresentação do estudo.

O papel das instituições financeiras será crucial no enfrentamento desse contexto. Embora os usuários do PIX reconheçam ser eles próprios os maiores responsáveis pelo sucesso do desfalque, entende-se que os bancos precisam dar respostas sólidas diante de ocorrências assim. Caso contrário, 15% dos entrevistados se mostram dispostos a trocar de banco.

Ainda segundo a pesquisa, para 35% dos brasileiros, os bancos não fazem campanhas educacionais suficientes para orientar o cliente e 79% acreditam que os sistemas antifraudes devem ser prioritários para os bancos. O mesmo percentual (79%), representa o volume de clientes satisfeitos com a identificação precoce da fraude pelo banco, quando a transação foi impedida e o pagamento não compensado.

Ribeiro comenta que a análise dessas informações demonstra a importância de uma reação adequada para a reputação das empresas financeiras e de varejo. Isso pode ser feito a partir de melhores sistemas de detecção de fraudes, mais informativos atualizados sobre métodos em curso, implementação de “tempo de reflexão” para transações acima de um certo valor e o veto de pagamentos definidos pelas instituições como de alto risco.

“Nesses momentos, a tecnologia precisa assumir função central. É possível aos bancos usarem recursos de IA e Machine Learning nos processos de identificação de comportamentos fora do padrão. Havendo transação fora do esperado, a máquina poderia orientar o usuário a fazer a transação por outros meios, ou pedir mais de uma confirmação de envio para atestar a segurança da movimentação”, sugeriu Ribeiro.

Nesse caso, a pesquisa questionou os entrevistados como gostariam de receber esse tipo de notificação de caráter suspeito. 42% dos entrevistados disseram preferir receber a mensagem através do aplicativo digital do banco, uma vez que isso também atestaria a segurança da operação. O índice brasileiro nesta categoria foi o maior da análise global da FICO.

FONTE: SECURITY REPORT

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