Por que o Brasil ainda não está no podium da cibersegurança

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Por Waldo Gomes

Assim como no esporte, negócios são compostos por técnicas e treino para se aperfeiçoarem. Nesta alusão logo após os Jogos Olímpicos, podemos perceber que as instituições brasileiras ainda estão nos estágios iniciais quando o tema é cibersegurança. A alta gestão já entendeu que é primordial ao negócio, mas ainda continuam a patinar em algumas etapas. Será que a LGPD é o primeiro passo para o pódio?

Uma pesquisa da PwC mostra que 57% dos executivos de TI das corporações pretendem investir na segurança cibernética esse ano. Porém, o Brasil ainda é considerado um dos menos protegidos segundo índice de segurança cibernética da União Internacional de Telecomunicações (ITU), da ONU, ocupando a 70º colocação.

Não apenas o país, mas o mundo começou a perceber quão importante é a segurança da informação após a migração para o home office. Mesmo em meio a globalização, parece que precisávamos de uma chave que virasse, para que as empresas e instituições passassem a reconhecer o seu real valor.

Valor esse que, inclusive, pode custar caro. O Brasil também é um dos países que mais sofrem perdas financeiras por conta da falta de segurança cibernética. Segundo o mesmo relatório da ITU, só entre 2017 e 2018, os prejuízos chegaram a mais de US$ 20 bilhões. Agora, imaginem em um período em que os processos foram realizados quase que totalmente online.

Isso tudo nos leva a pensar sobre qual seria o motivo do problema. Podemos enumerar diversos motivos, mas aqui só temos espaço para os principais. E como especialista em segurança da informação, posso confirmar que eles são mais simples do que imaginamos.

Motivos da falta de segurança cibernética no Brasil

O primeiro motivo poderia ser a falta de legislação. Fato que tende a mudar com as sanções da LGPD em vigor. Isso quer dizer que normas foram estabelecidas para definir limites e condições para coleta, guarda e tratamento de informações pessoais. Indicando que uma melhora poderá ser vista no Brasil nos próximos anos.

Ainda temos a questão da falta de informação. Pouco se fala em jornais ou grande mídias. Mesmo aqueles que pesquisam, encontram informações rasas, como a maioria dos conteúdos presentes na internet. Tal desinformação deixa o hacker em uma certa vantagem.

Outro ponto é falta de profissionais de TI no mercado, como já foi mostrado pela pesquisa do GeekHunter. Segundo ela, o número de vagas abertas em tecnologia cresceu 310% só em 2020. Porém, não há profissionais para ocupá-las. Por isso, mesmo que os executivos da área se preocupem com a segurança, eles estão em menor número.

O relatório do ITU nos diz que ainda temos muito a fazer. A rápida transformação que a sociedade precisou passar pode ser outro dos motivos. A tecnologia avança a passos rápidos demais para o ser humano conseguir acompanhar. Ainda mais em um local que o acesso a ela é restrito e, muitas vezes, até um privilégio. Segundo o IBGE, 1 a cada 4 brasileiros ainda não tem acesso à internet.

Mesmo como uma das maiores economias do mundo, o Brasil precisa intensificar os treinos para ser classificado na modalidade cibernética. Porém, o futuro parece promissor. Se os planos forem colocados em prática, estaremos rumo ao pódio num futuro próximo.

Waldo Gomes, diretor de marketing e relacionamento da Netsafe Corp.

FONTE: TI INSIDE

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