Teletrabalho sim, mas teletrabalho seguro

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Numa altura em que as atenções estão centradas na proteção do bem mais precioso que todos temos – a nossa vida – há uma nova ameaça à espreita. Com a instauração de uma pandemia à escala global, com casos de COVID-19 identificados em mais de 188 países, a dependência dos meios digitais intensificou-se. A Internet tornou-se o canal quase obrigatório de interação e um meio indispensável para milhares de pessoas que trabalham a partir de casa. Encontrar formas alternativas de trabalhar é excelente, mas é fundamental garantir um teletrabalho seguro.

À medida que o vírus se propaga, também as ameaças digitais se alastram. Por isso, é importante conhecer os riscos e colocar as trancas à porta, antes que seja tarde de mais.

Em qualquer situação de crise, especialmente naqueles que se prolongam por um grande período de tempo, as pessoas tendem a cometer erros que, noutro contexto, não cometeriam. E os criminosos sabem disso. A grande maioria dos ciberataques, cerca de 98%, têm origem na exploração de incertezas que se instauram nas diferentes sociedades e contextos em situação de crise. Os chamados cibercriminosos são pessoas extremamente criativas na conceção de novas formas de explorar os utilizadores e a tecnologia para aceder a palavras-passe, redes e dados. A capitalização do receio e da curiosidade humana não é uma tendência recente, por isso, é muito importante estar atento!

Esquemas, fraudes e malwares 

Se no início de 2020 analisássemos as pesquisas efetuadas na Internet sobre a palavra COVID-19, verificávamos que as mesmas representavam apenas 4% do total das pesquisas. Ao dia de hoje são praticamente 100%. A percentagem de pesquisas relacionadas com outras temáticas é tão reduzida que não chega sequer a ter significado estatístico.

E em que medida isto é relevante?

Em muito. Os criminosos estão atentos, conhecem o receio que está instalado, e aproveitam para lançar os mais diversificados esquemas, fraudes e malwares, tirando vantagem da curiosidade, necessidade de informação e muitas vezes do medo das pessoas. Emails, chamadas telefónicas, anúncios nas redes sociais, sites fraudulentos, visitas porta a porta, SMS, há de tudo um pouco.

Cair num destes esquemas pode significar ficar com os conteúdos do seu dispositivo encriptados (ransomware), permitir que utilizem a câmara ou o microfone do seu smartphone, além do acesso às suas imagens e mensagens de texto.

Há imensa informação a circular, mas também há muita desinformação e oportunismo. Por isso, pense bem antes de aceitar produtos ou serviços para descontaminação/desinfeção, seguros de saúde, testes gratuitos ao COVID-19, mapas online para seguir a pandemia, etc. Invista em ferramentas, políticas e mecanismos de segurança.

Face à necessidade de isolamento social provocada pelo elevado grau de contágio desta pandemia, o teletrabalho registou uma adesão em massa, apresentando-se como terreno fértil para os cibercriminosos. A probabilidade de sucesso dos esquemas fraudulentos aumentou com as pessoas em casa e fora das redes mais seguras das empresas, por isso, é muito importante garantir um teletrabalho seguro.

Para tal, as empresas devem investir em ferramentas, políticas e mecanismos de segurança da informação para os seus colaboradores que trabalham remotamente, tais como: VPNs; Política de segurança; Firewalls; Antivírus; HTTPS; 2FA; Sistemas de monitorização; Encriptação de discos; Remoção de administradores locais; Backups.

Mesmo com todos os cuidados e mecanismos de segurança, ninguém está 100% seguro, por isso, recomendamos a todos que parem e pensem muito bem antes de fornecer qualquer informação pessoal, descarregar e instalar software ou simplesmente clicar num link. Seja sempre cético e lembre-se: em tempo de crise, a atenção tem de ser redobrada!

Por isso, teletrabalho sim, mas teletrabalho seguro.

FONTE: EXAME INFORMATICA

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