Ransomware cresce 41%; pequenas empresas e usuários são principais vítimas

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Os ransomwares estão cada vez mais se tornando um caminho lucrativo e eficaz para criminosos de todo o mundo. Dados da Emsisoft, uma empresa de segurança especializada no atendimento a casos desse tipo, mostrou um aumento de 41% nas infecções por malwares que sequestram computadores e redes em 2019. A média de pagamentos exigidos também mais do que dobrou no ano passado, com um crescimento acelerado dos valores acontecendo no final do ano.

De acordo com pesquisa publicada pela empresa, 205,2 mil organizações foram vítimas de ataques desse tipo em 2019, com uma média de US$ 84,1 mil nos valores do resgate. Esse número, porém, foi inflado por casos gigantescos em que grandes corporações infectadas foram algo de pedidos na casa dos milhões de dólares; no “mundo real”, e contra os usuários comuns, os valores podem variar de algumas centenas de dólares até US$ 10 mil, de acordo com o nível da infecção.

A Emsisoft deixa claro, ainda, que o número real de casos pode ser bem maior, pois muitas corporações e usuários não procuram ajuda em casos desse tipo pela sensibilidade das informações sequestradas. Um bom número de vítimas acaba pagando, inclusive, e como bem sabemos, isso nem sempre significa que elas terão seus dados de volta — o contrário, entretanto, é o que mais acontece.

É por isso que a empresa de segurança estabelece um paralelo perigoso, ligando os ataques de ransomwares a pedidos de falência em pequenas empresas. A pesquisa cita, por exemplo, o caso de uma clínica no estado americano do Michigan e uma gráfica no Colorado. A primeira pagou US$ 6.500 pelo resgate dos dados, enquanto a segunda não confirmou isso, mas citou a perda de dados como principal motivo para o fim de suas atividades.

Enquanto isso, na outra ponta do espectro, os problemas continuam. A Guarda Costeira americana, por exemplo, teve de fechar seus serviços de fiscalização portuária por 30 horas enquanto lidava com um ataque desse tipo, enquanto a cidade de New Orleans ainda realiza procedimentos em fichas de papel enquanto seu sistema é recuperado de um golpe de ransomware.

Em um dos maiores casos registrados pela Emsisoft, bancos de investimento e câmbio como a Barclays permanecem impossibilitados de realizarem algumas operações em moedas estrangeiras após uma intrusão de seus sistemas. Foi contra essa rede, também, o maior pedido de resgate registrado: US$ 6 milhões, um total que acabou por inflar a média de pedidos de 2019.

Apesar das grandes cifras, o relatório da empresa de segurança deixa claro que o interesse principal dos hackers está nas pequenas empresas e indivíduos. Neste nicho estão as invasões mais fáceis e, também, a maior chance de pagamentos, pela categoria dos dados sequestrados e o desconhecimento quanto a mecanismos de segurança que, muitas vezes, facilitam a infecção e dificultam a recuperação. Entregar o dinheiro acaba sendo uma alternativa viável em tais situações.

Para a Emsisoft, o problema ainda deve se tornar pior antes de melhorar, com a empresa de segurança prevendo um aumento nos casos em 2020. Enquanto isso, a Europol taxou os ransomwares como a mais ameaçadora forma de ataque digital do mundo atual, justamente por conta de sua disseminação rápida e lucratividade.

Aos infectados, a principal dica é para que não realizem pagamentos — não há garantia de que os dados serão recuperados desta maneira e, ainda, você estará recompensando os criminosos. O ideal é manter softwares de segurança atualizados e funcionais, além de realizar backups constantes dos arquivos para que a perda, em caso de ataque, seja mínima. Vale a pena, também, procurar ajuda especializada para uma possível recuperação das informações.

FONTE: CANALTECH

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