Como funciona o maior centro anti-hackers da Microsoft

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Quando a Microsoft ganhou, em outubro, o contrato de US$ 10 bilhões para hospedar os sistemas de computação em nuvem das forças armadas dos EUA (Projeto Jedi), derrotando a rival Amazon, uma pergunta começou a pipocar na cabeça dos especialistas em cibersegurança.

A Microsoft pode proteger os sistemas do Pentágono de ataques dos mais sofisticados hackers? “Os computadores do Pentágono são atacados todos os dias”, disse James Andrew Lewis, vice-presidente do Center for Strategic & International Studies, centro de estudos em temas de segurança nacional dos EUA, em entrevista ao MIT Technology Review.

A tarefa de vigiar e cuidar dos sistemas das forças armadas americanas ficou com a equipe conhecida no centro de pesquisa da Microsoft, em Redmond, Washington, pela sigla MSTIC (Microsoft Threat Intelligence Center), um trocadilho com a palavra Mystic, que significa mágico. Este time rastreia mais de 70 grupos de hackers, classificados como os mais perigosos do mundo, em diversos países do planeta.

Essa equipe frequentemente reporta ataques de hackers a instituições dentro e fora dos Estados Unidos. Na última segunda-feira de outubro, a o grupo anti-hacker da Microsoft acusou um grupo de hackers,  que tem sido vinculado ao governo russo, de atacar 16 organizações esportivas e antidoping em três continentes.

Alguns dos ataques foram bem-sucedidos, mas a maioria não, de acordo com um relatório do MSTIC. Os ataques começaram em 16 de setembro e se originaram com um grupo de hackers chamado Strontium, também conhecido como Fancy Bear / APT28, informou a empresa em um post no seu blog.

Depois que a Microsoft tornou público os ataques de hackers, a Agência Mundial Antidoping anunciou que encontrou “inconsistências” nos dados de laboratório fornecidos à agência a partir de um laboratório em Moscou. A agência deu às autoridades russas três semanas para responder às inconsistências, informou a Bloomberg.

A equipe do MSTIC é formada por um elenco que parece ter vindo de um seriado do Netflix. São ex-espiões e operadores de inteligência do governo, ex-programadores e cientistas de dados da Agência de Segurança Nacional e do Comando Cibernético dos EUA.

No ano passado, o MSTIC notificou cerca de 10.000 clientes da Microsoft que estavam sendo alvo de hackers. “Como temos produtos em qualquer campo que você possa imaginar, temos sensores que estão nos trazendo o tipo certo de sinais”, diz Jeremy Dallman, diretor de programas estratégicos e parcerias do MSTIC.

A Microsoft, como outros gigantes da tecnologia, incluindo Google e Facebook, também notifica regularmente as pessoas alvo de hackers do governo, o que dá aos alvos a chance de se defenderem.

Se a Microsoft vai ser capaz de manter os hackers fora dos sistemas do Pentágono, é cedo para garantir que sim. Mas a gigante de tecnologia, cujo valor de mercado é bem próximo de US$ 1 trilhão, tem olhos, ouvidos e software em todos os lugares – e gente qualificada para analisar informações destas fontes. Essa é a sua grande vantagem contra os hackers.

FONTE: StartSE

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