Por Felipe Gugelmin
O Procon-SP emitiu na última sexta-feira (18) uma notificação a dez bancos e três associações do setor financeiro em que exige explicações sobre seus sistemas de segurança, bloqueio, exclusão remota de dados e rastreamento de operações. A ação surge como resposta a um golpe perpetrado por quadrilhas que se especializam no roubo de celulares para invadir contas conectadas a eles a partir de aplicativos.
As empresas notificadas deverão fornecer laudos técnicos, assinados por profissionais habilitados, dos testes de validação e eficiência usados em seus sistemas de segurança. Elas também deverão especificar o número de etapas aplicado ao processo de validação remota fornecido aos usuários em todas as suas modalidades, incluindo senhas, códigos de segurança, biometria e outros.
Confira a lista das companhias notificadas:
- Banco BMG S/A;
- Banco Inter S/A;
- Banco Pan S/A;
- Banco C6 S/A;
- Banco Bradesco S/A;
- Banco do Brasil S/A;
- Itaú Unibanco S/A;
- Caixa Econômica Federal;
- Neon Pagamentos S.A.;
- NU Pagamentos S/A;
- Banco Santander Brasil S/A;
- ABBC – Associação Brasileira de Bancos;
- ABFintechs – Associação Brasileira de Fintechs;
- Febraban – Federação Brasileira de Bancos.
Explicações sobre tecnologias e processos de proteção
As instituições acionadas vão precisar explicar as diferenças em seus sistemas entre as plataformas Android e iOS, bem como aos pacotes de serviços aos quais eles estão vinculados. Também será preciso confirmar o grau de segurança e confiabilidade em processos que vão da simples consulta do extrato bancário até a realização de operações dos mais diferentes tipos.
O Procon-SP também quer detalhes sobre as providências tomadas quando uma quebra de segurança é detectada e como as empresas recebem, tratam e armazenam dados de usuários. O órgão quer saber durante quanto tempo dados privados são guardados e querem comprovações da possibilidade de atualizá-los ou excluí-los de forma remota, se necessário.
As instituições do setor financeiro e os bancos devem esclarecer suas políticas de segurança em transações envolvendo o PIX, formas de estorno e devolução de valores em caso de fraudes e esclarecer os custos de cobrança associados aos pacotes contratados pelos clientes e possíveis diferenças nas ofertas feitas entre os sistemas Android e iOS. As companhias acionadas têm até o dia 30 de junho para responderem aos questionamentos.
A ação do Procon-SP surge após uma reportagem da Folha de S. Paulo revelar que criminosos estão conseguindo burlar sistemas de segurança complexos — que incluem biometria e autenticação em múltiplas etapas — para roubar contas bancárias. Com isso, não somente as vítimas precisam lidar com a perda de seus aparelhos, mas também com possíveis prejuízos financeiros decorrentes de transações não-autorizadas.
FONTE: CANALTECH