No ano passado, o prejuízo com crimes virtuais no mundo chegou aos US$ 6 trilhões — o equivalente a quatro vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020. Os dados foram apresentados no relatório Atividade Criminosa Online no Brasil da Axur, empresa de monitoramento, reação e remoção de riscos e ameaças digitais na internet.
O Brasil tem se tornado protagonista internacional nesse quesito, considerado o segundo país com mais detecções de ataques de engenharia social na América Latina. Em 2021, a Axur identificou 25.133 páginas de phishing (endereços falsos com objetivo de roubar dados pessoais).
Com cada vez mais consumidores deixando de ir às agências bancárias para realizar transações, as empresas do setor financeiro conquistaram o primeiro lugar no ranking dos grupos que mais marcaram presença nas páginas de phishing dos cibercriminosos, com 34,4% do total.
A segunda posição foi ocupada pelo e-commerce e pelas lojas físicas que implementaram as vendas digitais, com 33,5%.
Em terceiro lugar, aparecem empresas que se configuram como provedores de serviços digitais para consumidores e outras empresas, como provedores de nuvem, de ferramentas de gestão financeira e de equipes, bem como de ferramentas de comunicação, de mensagens instantâneas e de videoconferência, com 29,6%.
Crescimento do número de perfis falsos
O número de perfis falsos, imitando restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos comerciais, cresceu 14,21% na comparação entre 2020 e 2021. A dinâmica dos golpistas é a seguinte: eles entram em contato com um cliente em potencial e oferecem uma promoção ou um brinde. No entanto, para resgatar o prêmio, a pessoa é convencida a passar dados do cartão de crédito ou depositar alguma quantia.
De acordo com a Axur, “o crescimento na utilização de perfis falsos entre os cibercriminosos está ligado à praticidade e muito por conta do custo reduzido desse tipo de golpe, se comparado com uma campanha de phishing, por exemplo”.
Também houve crescimento na criação de aplicativos falsos, sendo a maioria voltada para aparelhos com sistema Android. Foram identificados 13.032 apps fraudulentos no ano passado, 103,4% a mais do que em 2020. Da mesma forma, os estelionatários digitais prometem preços e condições imperdíveis de pagamento para roubar dados dos usuários.
Vazamento de cartões
No ranking de dez países, o Brasil foi campeão em vazamentos de cartões de crédito e débito pelo segundo ano consecutivo, com 720.643 cartões expostos. Este número é 116% maior do que o dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição da lista.
A Axur ainda aponta a assertividade dos cibercriminosos em coletar esses dados, já que 95,9% dos cartões detectados estavam dentro do prazo de validade e, se acompanhados do código de segurança, poderiam ser usados para compras.
FONTE: EXTRA