Precisamos de inteligência para combater fraudes financeiras – artificial, humana e conectada

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Protection Surveillance Safety Privacy Policy Concept

Novas oportunidades de fraude estão constantemente sendo criadas pelo rápido aumento das interações digitais e pelo fluxo de usuários que se conectam online com comerciantes e instituições financeiras – e pelo aumento no vazamento de dados.

Há alguns dias, por R$ 150,00, era possível adquirir na dark web ou em pendrives na “feira da Ceilândia” (conhecido ponto de comércio de produtos roubados ou ilegais) supostos dados pessoais e financeiros do Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e de mais 200 milhões de pessoas, incluindo números de celular, fotos, endereços, e-mail, assinaturas digitalizadas, carteira de habilitação e até score em instituições financeiras. Todas as informações necessárias – e até um pouco mais – para abrir contas bancárias, assinar serviços e comprar online de forma fraudulenta.

Estamos na vanguarda dos serviços financeiros e somos conhecidos globalmente por nossas tecnologias e sistemas de segurança. Mas o mercado das fraudes, no Brasil e no mundo, continua sendo altamente lucrativo e atraindo criminosos.

A startup de cibersegurança CAF – Empresa Antifraude Nacional informa que 2,8 mil tentativas de fraudes financeiras em canais eletrônicos foram realizadas por minuto no Brasil no primeiro trimestre de 2023. Uma segunda empresa do setor, a SafeLabs, aponta o varejo como o principal alvo dos estelionatários digitais, com 35% dos vazamentos de dados identificados, seguido pelas instituições financeiras, afetadas em 27% dos ataques virtuais, e pelas empresas de saúde (13%). Em comum, esses negócios armazenam dados sensíveis como documentos de identificação, dados de cartão de crédito e débito, ou mesmo diagnósticos e históricos médicos, que podem ser utilizados em outros tipos de fraudes.

Senhas frágeis e engenharia social

Mesmo com a divulgação constante desse tipo de alerta nos veículos de comunicação de massa, grande parte dos usuários desses serviços ainda usam senhas extremamente simples (segundo a ISH Tecnologia, a senha mais utilizada no Brasil é “123456”) ou são desatentos ao utilizar serviços de mensagens e e-mails.

Além disso, a engenharia social, quando o ser humano é enganado por outro ser humano, é um problema para a segurança desde os primórdios da vida moderna. Quem nunca recebeu uma ligação dizendo ser do banco e relatando que houve um problema com a conta, que para ser resolvido requer que o consumidor digite um código no telefone ou atualize o app usando um link passado por WhatsApp?

Investimentos

Por essa razão, as empresas que lidam com esses dados estão investindo cada vez mais dinheiro e tempo em cibersegurança. A Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária mostrou um crescimento de 11 vezes nos gastos com treinamento de segurança apenas para as equipes de TI (2022 sobre 2021), incluindo o papel cada vez mais ativo dos algoritmos de inteligência artificial (IA), seja na análise de transações no ambiente digital, na prevenção de fraudes no e-commerce até o reconhecimento biométrico e o rastreamento e análise dos padrões de consumo.

Não há dois consumidores agindo da mesma maneira. As pessoas fazem coisas diferentes, em lugares diferentes, de maneiras diferentes. E sempre ou onde quer que elas façam transações, as instituições financeiras precisam verificar com precisão quem está acessando as contas, fazendo compras ou ligando. Esses padrões exclusivos podem ajudar a detectar e prevenir fraudes de forma proativa.

IA e tecnologia

A IA é necessária por causa do altíssimo volume de dados com os quais a maioria das empresas hoje trabalha. Seria impossível cuidar de prevenção e crédito, olhar todas as pontas dessa jornada, apenas com seres humanos cuidando de centenas de milhões de informações a cada minuto. Antes da tecnologia, isso era feito com base em análises estatísticas. Hoje, é mais fácil avaliar todas as milhares de possibilidades e variáveis em cada comportamento no momento de uma transação financeira.

Tecnologia avançada é capaz de identificar anomalias no comportamento do consumidor por meio da compreensão de seus padrões, aprendendo com informações das operações físicas e ameaças de segurança conhecidas e falsos positivos, e se atualizam a cada nova ameaça encontrada.

Vivendo em um mundo conectado, os consumidores esperam que suas experiências sejam as mesmas em todos os canais – transações digitais, caixas eletrônicos, no call center, comprando em uma loja física ou virtual. Os sistemas precisam se conectar em tempo real para garantir uma experiência consistente, e isso inclui autenticação em todos os canais. Nesse novo ambiente, a inteligência humana e os especialistas em cibersegurança atuam menos em alertas de triagem e em atividades operacionais e reativas, focando seu trabalho em atividades mais estratégicas e proativas que deixem seus ambientes cada vez mais à prova de fraudes e, seus clientes, seguros.

Vivemos um paradoxo: enquanto o Pix movimenta mais de três bilhões de transações a cada mês, temos dez milhões de pessoas que simplesmente não acessaram a internet no último ano. O que precisamos é de rapidez, agilidade nos processos, para poder atender tanto o consumidor analógico quanto o superdigital. A capacidade da inteligência de identificar padrões e aprender de forma adaptativa em tempo real acelera a detecção, a contenção e a resposta automática aos ataques cibernéticos.

FONTE: ECOMMERCE BRASIL

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