Os riscos de cibersegurança crescem no mundo conectado pelo 5G?

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Os riscos se amplificam na medida em que muito mais dados passam a trafegar ao mesmo tempo

Por Maurício Prado*

O avanço do 5G certamente será a base propulsora da inovação nos próximos anos, com a criação de uma infinidade de novas oportunidades de negócios. Com soluções desenvolvidas para áreas que vão desde cidades inteligentes, mobilidade autônoma e sensores aplicados a praticamente qualquer coisa, a vida das pessoas e a rotina das empresas começam a ser fortemente impactadas por mudanças importantes. Mas será que isso impacta também os riscos à nossa segurança de dados?

A resposta imediata é que sim, e precisaremos multiplicar a nossa atenção. Os riscos se amplificam na medida em que muito mais dados passam a trafegar ao mesmo tempo. Para se ter uma ideia, a tecnologia 5G permite que mais de 1 milhão de aparelhos se conectem por metro quadrado, o que é 100 vezes mais do que a capacidade atual do 4G. Isso até parece um exagero, mas devemos lembrar que um dos princípios que mais estão fazendo a diferença nessa nova era é o de ter absolutamente tudo conectado – não apenas celulares, notebooks e relógios, mas também automóveis, eletrodomésticos, semáforos, câmeras de segurança, acessórios – ou seja, praticamente tudo.

E é justamente esse um dos indicativos de que a cibersegurança deve ser uma prioridade quase que emergencial. Com muito mais dispositivos coletando, enviando e recebendo dados simultaneamente, o aumento da quantidade de dados transmitidos na rede 5G torna o desafio da cibersegurança ainda maior para que as empresas possam monitorar suas redes e dispositivos para detectar ameaças cibernéticas.

Há também quem diga que o 5G é uma conexão mais segura, o que não deixa de ser verdade. De fato, a rede oferece recursos de segurança adicionais em comparação com as anteriores, como a possibilidade de criação de redes privadas, autenticação e criptografia aprimoradas para proteger a comunicação entre dispositivos e a rede.

Por outro lado, os cibercriminosos deverão tentar se aproveitar da maior largura de banda e baixa latência de rede para intensificar formas de ataques de negação de serviço, os chamados DDoS (Distributed Denial of Service). Já em 2020, a IDC projetava que o mercado global de mitigação de DDoS cresceria a uma taxa composta anual de 14,3% entre 2020 e 2024, atingindo um valor de mercado de US$ 4,2 bilhões até o final do período de previsão.

Já dados do Gartner preveem que o Brasil passará a contar com 40 milhões de conexões 5G até 2025, o que representa cerca de 15% do total de conexões móveis no país. Em contrapartida, a consultoria também prevê um crescimento de 10,5% para o mercado de cibersegurança na América Latina em 2023. Desta forma, o investimento em cibersegurança passa a ser uma condição ainda mais indispensável para a saúde das organizações.

A preparação para os novos riscos que irão surgir deve passar obrigatoriamente pelo investimento em soluções que contemplem a jornada completa de cibersegurança de cada empresa. Esse investimento deve ser focado em soluções que possam antecipar os riscos por meio de ações imediatas e integradas, e que levem em consideração o entendimento profundo do negócio da organização como um todo, com análise, detecção, prevenção e ação contra ameaças digitais para proteger seus ativos. Além de, claro, profissionais que tenham conhecimento para agir rapidamente sempre que necessário. Somente assim será possível aproveitar ao máximo as inovações e oportunidades oferecidas pelo 5G sem comprometer a integridade de dados e sistemas. Só não podemos começar a pensar nisso depois que já for tarde.

* Maurício Prado é CEO da SEK (Security Ecosystem Knowledge)

FONTE: ÉPOCA NEGÓCIOS

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