Kaspersky entra em lista negra e se defende de acusação nos EUA

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Eduardo Sorrentino

Representantes da Kaspersky nos Estados Unidos se defenderam de acusações feitas pelo governo local de que a empresa representa risco à segurança nacional. Em uma nota aberta, a empresa se colocou à disposição para esclarecimentos: “A Kaspersky reassegura aos parceiros e clientes a qualidade e integridade de seus produtos, e continua à disposição para cooperar com as agências governamentais dos EUA no esclarecimento às preocupações da FCC e de qualquer outra agência reguladora”, informou a empresa em nota.

A empresa de segurança russa e desenvolvedora de software antivírus Kaspersky foi classificada pela FCC (Comissão Federal de Comunicações dos EUA) como “um risco inaceitável para a Segurança Nacional”. A companhia passa a fazer parte da mesma lista em que estão Huawei e ZTE por serem consideradas uma ameaça para o país e não podem receber qualquer tipo de financiamento do órgão norte-americano. Em comunicado, a Kaspersky diz que lamenta a decisão e ressalta que a medida “não foi baseada na avaliação técnica de produtos — critério que a empresa defende continuamente — da Kaspersky, mas por motivações políticas”.

Brendan Carr, que é comissário da FCC, disse em comunicado que a adição da “Kaspersky Labs (juntamente com empresas chinesas) vai ajudar na segurança de nossas redes de ameaças de entidades apoiadas pelo Estado chinês e russo que buscam se envolvem em atividades de espionagem e prejudicar interesses da América”. A entrada da Kaspersky na lista vem um mês após o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Em comunicado anterior, a companhia de cibersegurança disse que a guerra não é benéfica a ninguém e que acredita no diálogo.

Desde 2017, softwares da Kaspersky estão banidos de agências governamentais dos Estados Unidos. Na época, os Estados Unidos citaram que havia a possibilidade de haver laços entre a empresa de segurança e a inteligência russa. Não houve apresentação de provas mostrando a ligação entre a companhia e o governo russo.

Recentemente, o governo da Alemanha recomendou que cidadãos e companhias do país deixassem de usar soluções de segurança da Kaspersky. O principal argumento do BSI, órgão de inteligência alemão, é que produtos da empresa poderiam ser usados como arma cibernética pelo governo de Vladimir Putin – a Kaspersky nega qualquer tipo de cooperação com o governo russo.

“Um fabricante russo de TI pode realizar operações ofensivas por conta própria, ser forçado a atacar sistemas-alvo contra sua própria vontade, ser espionado sem seu conhecimento como vítima de uma operação cibernética ou ser usado indevidamente como ferramenta para ataques contra seus próprios clientes”, explica um FAQ (área de perguntas mais frequentes) no site do BSI, o órgão de inteligência alemão. Histórico da Kaspersky A Kaspersky foi fundada na Rússia em 1997 e é conhecida mundialmente como uma das principais fornecedoras de sistemas no ramo de segurança cibernética e antivírus.

Tanto neste caso do governo dos EUA como no alerta do órgão de inteligência alemão, a empresa relembra que a motivação foi política. A companhia reafirma que é uma entidade privada e que não tem ligação com nenhum governo. Sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a empresa emitiu uma nota há algumas semanas dizendo que “acredita que o diálogo pacífico é o único instrumento possível para resolver conflitos” e que “a guerra não é boa para ninguém”.

FONTE: OLHAR DIGITAL

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