Invasão hacker: O inimigo invisível

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Crimes cibernéticos, que ganharam notoriedade com o vazamento de dados de autoridades da Lava Jato
Crimes cibernéticos, que ganharam notoriedade com o vazamento de dados de autoridades da Lava Jato – Kiko

Rio de Janeiro – Um simples clique em uma mensagem aparentemente inofensiva pode ser a porta de entrada para um hacker capaz de acessar informações confidenciais de uma empresa, com potencial para causar prejuízos milionários. Ou, até mesmo, abalar a República. Com base no vazamento de dados pessoais de autoridades no Brasil, o site The Intercept publicou uma série de reportagens com diálogos atribuídos a membros da Operação Lava Jato. Entre eles, o então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública.

O inimigo invisível das empresas tem motivado uma busca por proteção, responsável pela expansão do seguro contra risco cibernético. Em meio a esse cenário, foi criado um ramo chamado de ‘compreensivo de risco cibernético’ em 2018. Um levantamento inédito feito pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão governamental que fiscaliza o setor, constatou que as empresas investiram quase R$ 15 milhões de janeiro a agosto deste ano para contratar esse tipo de cobertura. A apólice, que cobre prejuízos causados por invasão hacker, está em expansão no país.

Os dados triplicaram em comparação ao ano passado, segundo estimativa do setor. Em 2020, o valor investido por empresas para bancar a cobertura deve passar dos R$ 100 milhões, segundo estudo com base em cotações solicitadas para as seguradoras. Hoje, há apenas seis empresas especializadas nesse tipo de serviço.

Todas multinacionais, inspiradas em apólices oferecidas em outros países. O vazamento de mensagens atribuídas a Sergio Moro movimenta ações do setor. Empresas privadas controladas pelo governo elaboram licitações para proteger dados de autoridades. “Há um aumento de ataque de hackers. Muitas vezes, a motivação é financeira. Mas também pode haver motivações políticas”, explica Gustavo Galrão, coordenador da Comissão de linhas Financeiras da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) e diretor de uma seguradora especializada no assunto.

Ataques sofisticados

A expansão desse setor motivou o administrador de empresas Claudio Macedo Pinto a montar a primeira corretora do país especializada em seguros contra ataque cibernético, em 2017. No mercado de seguros há mais de 30 anos, ele já coordenou corretoras e seguradoras até no exterior. Mas decidiu apostar nesse segmento. “Alguns amigos dizem que fui louco. Outros, que fui visionário. Mas acredito, porque é risco que está atingindo todos. É um risco novo que atinge todas as empresas. Desde a padaria até a Petrobras. Os ataques vão ser cada vez mais sofisticados. Pode ter um hacker no celular, ouvindo a nossa conversa”, analisa. Segundo ele, o serviço é disponível para multinacionais com mais de 4 mil funcionários. Mas também pode atender a empresas com 15 colaboradores.

“Tem gente criando escudos. Mas há um exército de pessoas tentando quebrar esses escudos. Mais cedo ou mais tarde, acabam conseguindo. É uma guerra infinita”. Para Claudio, esse tipo de crime vai se tornar cada vez mais comum porque o hacker tem a vantagem de cometer o crime sem ser visto. “No mundo cibernético, o criminoso não aparece. Como o crime é virtual, o ataque pode partir de qualquer lugar do mundo. É um risco invisível. As pessoas não estão enxergando”.

FONTE: https://odia.ig.com.br/colunas/seguro-de-si/2019/09/5687422-invasao-hacker–o-inimigo-invisivel.html

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