Por Felipe Gugelmin
Reafirmando sua preocupação com a segurança e privacidade de seus usuários, o Google lançou uma nova ferramenta de código aberto para desenvolvedores tornarem seus apps ainda mais completos. Através de seu blog oficial, a empresa anunciou um transpiler (ferramenta que traduz código escrito de uma linguagem para outra) de uso geral focado inteiramente na encriptação totalmente homomórfica (FHE).
Na prática, o FHE permite que desenvolvedores criptografem dados de maneira que nenhum identificador seja ligado a eles. Com isso, as informações podem navegar e serem processadas por meio de um servidor de internet sem que seja necessário descriptografá-las em alguma etapa do fluxo.
O Google promete que sua nova ferramenta vai permitir escrever códigos para qualquer tipo de computação básica, como um simples cálculo matemático, e fazê-los rodar de forma criptografada. “O transpiler transformará esse código em uma versão que pode ser executada em dados criptografados. Isso permite que os desenvolvedores criem novos aplicativos de programação que dispensam dados não criptografados”, explica Miguel Guevara, gerente de produto, privacidade e proteção de informações.
Aposta para a próxima década
A empresa também afirma que o FHE pode ser usado em modelos de treinamento por máquinas que sejam mais sensíveis na forma como lidam com dados sensíveis. Como exemplo, Guevara cita um aplicativo para diabéticos que protege dados pessoais de forma que profissionais da saúde tenham acesso às informações de um paciente de forma criptografada, evitando que eles possam ser usados por pessoas não autorizadas.
“Nos próximos 10 anos, o FHE poderia até mesmo ajudar pesquisadores a encontrar associações entre mutações genéticas específicas, analisando informações genéticas em milhares de amostras criptografadas e testando diferentes hipóteses para identificar os genes mais fortemente associados às doenças que estão estudando”, continua o executivo.
O Google afirma que a nova tecnologia faz parte de sua filosofia de usar a privacidade como uma das bases para o desenvolvimento de seus produtos. A empresa reconhece que o FHE pode demorar algum tempo para ganhar tração, mas acredita que a solução eventualmente vai ser tão adotada quanto o protocolo HTTPS é atualmente.
FONTE: CANALTECH