Empresas de até US$ 50 mi são as maiores vítimas de ransomware

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Estudo revela que os setores de manufatura, serviços financeiros e saúde foram os mais visados por essa modalidade de ataque nos últimos anos

O impacto causado nas empresas por ataques de ransomware se mostram cada vez mais assoladores em todo o mundo. Quando os cibercriminosos injetam códigos maliciosos no sistema das organizações, eles podem, além de interromper as operações, roubar dados de alto valor, causando prejuízos tanto funcionais quanto financeiros, ao exigir o resgate dos dados. 

A Akamai, empresa de nuvem e segurança na internet, lançou recentemente o novo relatório “State of the Internet – Ransomware à espreita: as técnicas de exploração e a busca ativa por zero-days”, que destaca o cenário em evolução dos ataques de ransomware e as novas táticas utilizadas pelos atacantes para extorquir as empresas que são vítimas. 

O estudo conclui que os grupos de ransomware cada vez mais utilizam a exfiltração de arquivos, ou seja, a extração não autorizada ou a transferência de informações confidenciais, que se tornou a principal fonte de extorsão pois o vazamento desses dados podem conter nomes de usuário, senhas e e-mails, além de arquivos preciosos da empresa.

“Essa nova tática indica que as soluções de backup de arquivos não são mais uma estratégia suficiente para proteger contra ransomware” explica Fernando Ceolin, diretor regional para o Brasil e América do Sul da Akamai. “É necessário adotar técnicas de micro segmentação pois ao separar os controles de segurança da infraestrutura subjacente, pode-se evitar e remediar futuros problemas. Isolando a máquina, é possível reduzir notavelmente os danos que seriam causados se o malware se propagasse por toda a infraestrutura do cliente” conclui.

Ainda de acordo com o relatório, as organizações com receita declarada de até US$ 50 milhões corresponderam a 65% entre as mais afetadas por ataques durante o período estudado, enquanto as organizações com receita declarada acima de US$ 500 milhões representaram 12% do total de vítimas. Além disso, as vítimas de diversos ataques de ransomware tiveram seis vezes mais chances de sofrer o segundo ataque dentro de três meses após o primeiro, e já há exemplos de reincidência no Brasil. 

Outro dado importante trazido pelo estudo diz respeito aos setores mais visados pelos ataques de ransomware. De todos os setores, a manufatura teve aumento de 42% no total de vítimas entre outubro de 2021 e dezembro do ano passado, destacando a ameaça potencial para as cadeias globais de suprimentos. O setor de serviços financeiros teve aumento de 50% no número total de organizações afetadas anualmente, enquanto o setor de varejo ocupa o terceiro lugar com um aumento de 9% no número de empresas vítimas de ransomware. 

O LockBit foi responsável por 41% dos ataques gerais ao setor de manufatura. O setor de saúde também registrou aumento de 39% no número de vítimas durante o mesmo período e foi alvo principalmente dos grupos de ransomware ALPHV (também conhecidos como BlackCat) e LockBit.

Técnicas de exploração e a busca ativa por zero day

Quando um sistema é comprometido por um malware antes que o fabricante tenha consciência disso, é utilizada a nomenclatura de vulnerabilidade zero day, ou seja, é o nome dado às vulnerabilidades conhecidas apenas pelos hackers e que os fornecedores de sistemas de segurança não têm mecanismos adequados de detecção. Ao buscarem novas formas de atuação, os cibercriminosos exploram as vulnerabilidades zero day e as falhas que estas abrem no sistema. No mais recente relatório “State of the Internet” divulgado pela Akamai, foi constatado que o uso de vulnerabilidades de dia zero levou a um aumento de 143% no total de vítimas de ransomware entre o início de 2022 e o início deste ano.

O relatório mostra que os cibercriminosos também estão desenvolvendo seus métodos e técnicas de phishing para dar maior ênfase à exploração de vulnerabilidades combinando diversos métodos de ataque. O grupo LockBit dominou o cenário de ransomware, de janeiro de 2021 a junho deste ano, sendo responsável por 39% do total de vítimas, mais do que o triplo do segundo maior grupo de ransomware (Black Basta). 

Uma análise mais aprofundada mostra que o grupo de ransomware Clop está desenvolvendo agressivamente vulnerabilidades de dia zero, aumentando em nove vezes o número de vítimas ano após ano. De acordo com Ceolin, os operadores por trás dos ataques de ransomware continuam a atualizar suas técnicas e estratégias que atingem o coração das organizações visando a paralisação das operações e exfiltração de suas informações críticas e confidenciais. 

Para combater ataques de ransomware a Akamai Technologies recomenda que além de realizar o backup regular, manter os sistemas operacionais, aplicativos e software de segurança sempre atualizados, utilizar de filtros de e-mail para bloquear anexos ou links suspeitos e realizar o monitoramento do tráfego de rede, em especial o tráfego interno, as empresas também adotem ferramentas de segmentação e isolamento da rede, a fim de separar redes ou aplicações críticas ou sensíveis de outras partes da infraestrutura para limitar a propagação do ransomware em caso de infecção.

Dessa forma é possível manter a infraestrutura da organização sem que ela seja totalmente comprometida durante um ataque e perca sua funcionalidade durante aquele período. O diretor completa: “É fundamental que as organizações compreendam as técnicas e as ferramentas utilizadas pelos adversários para proteger seus ativos críticos, e documentar e controlar os fluxos normais de comunicação de suas aplicações para preservar a confiança em sua marca e garantir a continuidade dos negócios”.

FONTE: CISO ADVISOR

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