Coreia do Norte espiou empresa russa que fabrica o míssil que Putin diz ser invencível – e a seguir anunciou um programa balístico como nunca

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A Coreia do Norte andou a espiar uma das empresas russas que fabricam mísseis, mostrando que a aliança entre os dois países, altamente isolados no panorama atual, pode não ser assim tão forte.

De acordo com a agência Reuters, que confirmou a informação recolhida junto de analistas de cibersegurança, piratas informáticos da Coreia do Norte entraram de forma secreta na rede da NPO Mashinostroyeniya, uma empresa conhecida pelo fabrico de mísseis que foi fundada ainda antes do fim da Segunda Guerra Mundial.

O ataque terá sido organizado por um grupo de elite que está ligado ao governo norte-coreano, e que os especialistas na área identificaram como sendo ScarCruft e Lazarus. Os hackers encontraram forma de entrar nos sistemas informáticos da empresa, à qual acederam durante pelo menos cinco meses em 2022.

Embora a Reuters não tenha conseguido confirmar se houve ou não roubo de dados, há uma coincidência no meio de tudo isto: nos meses que se seguiram aos ataques norte-coreanos, Pyongyang anunciou uma série de desenvolvimentos no seu programa balístico.

Independentemente da dimensão e do objetivo ou consequências do ataque, este caso não deixa de lançar alarmes sobre a Rússia, um país altamente isolado desde que invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, e que recentemente lançou uma operação para fortalecer laços com a Coreia do Norte.

Ainda em julho o ministro da Defesa da Rússia viajou até à Coreia do Norte para assinalar os 70 anos da fundação do regime, tendo esta sido a primeira visita de um ministro russo com aquela pasta desde o fim da União Soviética.

A NPO Mashinostroyeniya é uma das empresas mais sofisticadas da Rússia, produzindo mísseis hipersónicos como os Zircon, mas também satélites ou outros armamentos de última geração. Os especialistas ouvidos pela Reuters indicam que estas são três das áreas em que a Coreia do Norte tem desenvolvido mais interesse tendo em vista o objetivo último de criar um míssil balístico intercontinental que possa atingir solo dos Estados Unidos.

Os acessos dos piratas informáticos começaram no fim de 2021, ainda antes da guerra, e prolongaram-se até maio de 2022. Entre as informações comprometidas estão os emails trocados pela empresa, bem como outros dados.

Contactados pela Reuters, nem a empresa russa, nem a embaixada russa nos Estados Unidos ou a delegação da Coreia do Norte na ONU responderam às questões.

FONTE: CNN PORTUGAL

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