Brasil pode ter mais de 6 milhões de identidades roubadas

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Pesquisa revela que cerca de 7% dos consumidores brasileiros acreditam que é provável que já tenham tido a identidade utilizada de maneira “equivocada”

Um pesquisa global realizada pela FICO com 14 mil consumidores em 14 países, entre eles o Brasil — no qual foram entrevistadas mil pessoas —, revela que cerca de 3,8% dos brasileiros afirmam ter tido a identidade roubada, o que, em números absolutos, soma mais de 6 milhões de vítimas.

O recorte brasileiro revela que cerca de 7% das pessoas que participaram da pesquisa acreditam que é provável que já tenham tido a identidade utilizada de maneira “equivocada” e 10% dizem que é possível. Um tópico que chama a atenção no levantamento diz respeito da verificação de identidade para prevenção de lavagem de dinheiro. Dentre os 14 países pesquisados, o Brasil é o que apresenta menor índice de relevância nesse quesito. Apenas 21% dos entrevistados fazem essa relação entre verificação de identidade, fraude e lavagem de dinheiro. No mundo, o índice é de 40%.

O diretor global de fraude e compliance da área de parcerias da FICO, Fabricio Ikeda,  reforça que em relação à última pesquisa os índices de abertura de contas realizadas por criminosos com identidades roubadas diminuíram. “Na comparação com a pesquisa realizada em 2021, houve uma queda de 4,4% no uso de identidades roubadas, um avanço para as instituições que, cada vez mais, utilizam inteligência artificial e plataformas decisionais para combater a prática. Contudo, o impacto dessas 6 milhões de vítimas para o mercado é algo ainda bastante considerável”, diz.

O levantamento mostra ainda que quando perguntado aos brasileiros sobre os processos das instituições financeiras para checagem de dados e combate à fraude, 74% disseram que o processo de verificação é legítimo e serve para proteger contra compras ilícitas, enquanto 70% afirmam que é para proteger as organizações. Uma pequena parcela, apenas 11%, acredita que a verificação é na verdade uma “manobra” da organização financeira para vender mais ao cliente.

Proteção contra fraudes é usada para atrair novos clientes 

O estudo traz também um panorama de como o consumidor se sente ao abrir uma conta bancária. Cerca de 39% dos entrevistados afirmam que uma boa política de prevenção de fraudes é fator determinante para abertura de novas contas e extensão de relacionamento. Outro ponto evidenciado é que 65% dos brasileiros estão mais confiantes nos processos de abertura de contas digitais do que há um ano, em contrapartida, também é o público mais exigentes em relação à simplificação de processos.

“Temos um público assíduo de canais digitais no Brasil. Mas, no passado, houve uma insegurança do usuário em compartilhar as informações de forma online para abertura de conta. Com o avanço do open finance e do próprio Pix, algumas barreiras foram rompidas e hoje temos um cenário mais consolidado. Contudo, o consumidor é também bastante exigente, por isso, praticidade e simplicidade tanto para o processo de abertura de conta como o de validação de identidade para compras legítimas”, ressalta Ikeda.

A biometria é o método de autenticação mais usado pelo brasileiro com 48% da preferência, um índice bastante superior quando comparado ao resultado global, que registra 36% de uso. Já o reconhecimento facial e por íris estão logo atrás com 37% e 31%, respectivamente.

De fato, os números indicam o brasileiro menos paciente com processos do que em outros países: 35% das pessoas entrevistadas abandonariam a abertura de conta no caso de uma verificação digital muito complexa. Nos outros países pesquisados esse índice não ultrapassa os 28%. Outros 34% afirmaram que reduziram o uso do cartão de crédito ou conta bancária devido ao processo difícil ou demorado para provar que a compra é legítima. Um ponto de atenção para o varejo brasileiro.

Fraudes pessoais aumentam chances de inadimplência

O brasileiro, para conseguir mais crédito, está mais propenso a inflar informações de renda, conhecida como fraude em primeira pessoa ou auto fraude. Para 41% dos respondentes do estudo, manipular essas informações é considerado aceitável ou normal, um índice que pode sinalizar a médio e longo prazo um desequilíbrio para honrar e pagar os compromissos assumidos.

“Há uma maturidade clara do setor que tem acompanhado de forma bastante ágil a jornada de consumo do cliente. As tecnologias estão sendo aprimoradas para, cada vez mais, reduzir riscos ao cliente e perdas para as empresas. A fraude de biometria comportamental é um exemplo dessa evolução em que, com o uso da plataforma e do cruzamento das variáveis é possível identificar movimentos suspeitos a partir de dados e não de transações. Um caminho contínuo de aprendizado e refinamento”, finaliza Ikeda.

FONTE: CISO ADVISOR

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