À medida que as organizações enviam cada vez mais dados para a nuvem e adotam estratégias multi-cloud com soluções e serviços de uma ampla variedade de fornecedores, o desafio de gerir esses ambientes aumenta exponencialmente. Em particular, a recuperação de desastres (DR) deve ser cuidadosamente considerada. Embora o multi-cloud ofereça níveis sem precedentes de flexibilidade para DR, tem também o potencial de aumentar bastante a complexidade. As organizações precisam de planear a sua estratégia cuidadosamente e fazer parceria com um fornecedor que possa ajudar a automatizar os fluxos de trabalho e fornecer a velocidade, agilidade e granularidade necessárias para o DR em ambientes multi-cloud.
De acordo com um estudo da Commvault, muitas organizações (33,6%) têm distintas metas em termos de tempo de recuperação (RTOs). A maioria dos inquiridos (36,4%) preferiria ter um tempo de recuperação inferior a 4 horas. No entanto, na realidade, os processos de recuperação raramente ocorrem sem problemas após um desastre real. Para alcançar RTOs tão ambiciosas, uma solução de DR deve contar com inúmeras funções automatizadas.
Muitas empresas (37,5%) também têm vários níveis de RPO (Recovery Point Objectives), refletindo a importância do backup e das replicação frequentes, uma vez que as empresas simplesmente não podem dar-se ao luxo de perder dados. A flexibilidade é essencial para atingir estas metas cada vez mais rigorosas de RTO e RPO, garantindo que se consiga recuperar o que é necessário, onde é necessário e quando é necessário.
Num ambiente multi-cloud, as organizações podem aproveitar a capacidade de fazer backup e replicar dados entre qualquer número de diferentes fornecedores cloud. Usar várias nuvens para proteção de dados também significa que pode evitar “colocar todos os seus ovos na mesma cesta”, por assim dizer. Isto dá à organização a capacidade de fazer backup de uma cloud para outra, entre cloud, através das clouds ou dentro das mesmas. O DR multi-cloud é, portanto, incrivelmente flexível. No ambiente de negócios atual, onde os dados são um ativo crítico, esta flexibilidade tornou-se essencial para responder aos padrões cada vez mais rigorosos de conformidade de dados, combater o ransomware e manter a continuidade do negócio.
No entanto, é a própria natureza dessa flexibilidade que pode dificultar a gestão da recuperação de desastres em ambientes com várias nuvens. Sem uma gestão eficaz dos dados, este cenário pode tornar-se terrivelmente complexo. Muitas empresas sentem-se inquietas com o uso de várias clouds e não têm uma ideia clara de como recuperar os seus dados. Infelizmente, isto só se torna aparente quando algo de errado acontece.
Também é importante observar que a recuperação de dados não é usada apenas em caso de “desastre”. De ficheiros perdidos ou apagados acidentalmente ao ransomware, pasando pelos desastres naturais e até por ameaças internas, há muitas coisas que podem ameaçar os dados. As organizações precisam de contar com recuperação granular até ao ponto de que um só ficheiro possa ser recuperado rapidamente e isoladamente, sem a necessidade de recuperar um sistema inteiro ou uma máquina virtual completa.
Determinados elementos, como automatização baseada em políticas, a Inteligência Artificial (AI) e outras ferramentas que monitorizam qualquer anomalia na infraestrutura de dados, tornam-se elementos críticos para o sucesso de um plano de recuperação de desastre multi-cloud. Isto é assim em todos os níveis da recuperação de dados, da perda de ficheiros à recuperação do sistema e recuperação total de desastres, pois a tecnologia e os processos subjacentes necessários são coerentes.
A recuperação em ambientes multi-cloud deve começar com o objetivo empresarial em mente. Há que centrá-la na estratégia em torno dos dados, incluindo onde estes se encontram armazenados, quem tem acesso a eles, que dependências existem ao seu redor e como devem ser protegidos. Não é apenas uma solução ou uma peça de software, embora seja um componente essencial para fazê-lo corretamente. As empresas precisam de um parceiro tecnológico que entenda a natureza dos seus dados empresariais e o que pode correr mal, bem como para implementar uma solução que permita à empresa aproveitar a recuperação de dados omnidirecionais, a partir da cloud, para a cloud, na cloud, através da cloud e entre zonas da cloud.
FONTE: COMPUTERWORLD