Quando o app é a marca, a integridade é tudo

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Por Jon Samsel, Head of Cybersecurity Business and Global Marketing da Verimatrix

Deixe-me contar a história de uma carteira digital em rápido crescimento no Brasil, que estava em alta. Os consumidores adoravam a facilidade de enviar dinheiro, pagar contas e fazer compras com um simples toque. Mas, nos bastidores, atacantes analisavam o app em busca de brechas para infiltrar código malicioso, injetar malware e, com sorte, esvaziar contas de usuários.

A princípio, a empresa não deu muita importância. Mas então começaram a surgir reclamações. Contas haviam sido comprometidas. Nenhum dinheiro foi roubado, mas as redes sociais explodiram. A reputação da fintech estava por um fio.

A resposta foi rápida: investiram pesado na proteção do app, reforçando o código, bloqueando adulterações e impedindo ataques antes que pudessem causar mais danos. Foram além, transformando a crise em um diferencial competitivo. “Uma das carteiras digitais mais seguras do Brasil”, declararam. Campanhas publicitárias, ações de relações públicas e depoimentos de clientes impulsionaram essa narrativa.

E funcionou. Os usuários se sentiram mais seguros. Mais pessoas se cadastraram. O app, que tinha um milhão de usuários, ultrapassou os 20 milhões. Agora, em vez de se preocupar com fraudes, a empresa foca no crescimento—porque quando as pessoas confiam no seu app, elas o utilizam mais.

Embora essa história seja hipotética, a lição é real. Falhas de segurança não afetam apenas os usuários; colocam marcas em risco. Quando bem aplicada, a cibersegurança não é apenas um controle de danos—ela pode ser um diferencial estratégico, promovendo confiança e engajamento.

Código exposto. Apps explorados. Danos evitáveis.

Todo app móvel é, essencialmente, um conjunto de instruções—um DNA digital que define seu funcionamento. Mas aqui está o problema: assim que um app é lançado, seus binários ficam expostos para qualquer um que o baixe.

Sem as proteções adequadas, ameaças invisíveis podem se infiltrar. Hackers inserem código próprio, redirecionam pagamentos, roubam dados e fazem parecer que a falha foi da empresa. E quando o app é a marca, é a empresa—não o criminoso—que sofre as consequências.

Segundo a OWASP, a falta de proteção de binários está entre as vulnerabilidades mais críticas para apps hoje. Ainda assim, muitas empresas da Fortune 1000 só percebem isso quando já é tarde demais.

O que acontece quando os binários são comprometidos?

Para a carteira digital brasileira da nossa história, os ataques nunca cessaram. Todos os dias, criminosos testavam novas formas de invadir o sistema. Qualquer app—por mais popular que seja—pode se tornar um convite aberto para invasores se não contar com as proteções adequadas.

Não proteger os binários significa:

  • Execução de código não autorizado: Hackers podem inserir backdoors, malware ou novas funcionalidades maliciosas.
  • Roubo de dados: Informações de clientes, pagamentos e dados pessoais ficam vulneráveis.
  • Injeção de malware: O app pode ser sequestrado para distribuir softwares maliciosos.
  • Dano à marca: Usuários perdem a confiança, desinstalam o app e não voltam mais.

Se um app começa a falhar inesperadamente, vazar dados ou redirecionar usuários para sites falsos, toda a experiência do usuário perde relevância—porque a confiança desaparece, levando a marca junto.

Como proteger a integridade dos binários

Os desenvolvedores precisam garantir que os binários permaneçam exatamente como foram lançados. Isso requer medidas de segurança em múltiplos níveis:

  • Detectar adulterações antes que seja tarde
    • Hash criptográfico: Verifique a assinatura digital do app em tempo real.
    • Verificação de checksum: Monitore a integridade dos arquivos desde a criação até a execução.
    • Monitoramento em tempo real: Detecte modificações não autorizadas no código.
  • Tornar a modificação quase impossível
    • Criptografia e ofuscação: Torne o código ilegível para hackers.
    • Detecção de jailbreak e root: Impeça a execução do app em dispositivos comprometidos.
    • Prevenção de depuração: Bloqueie ferramentas que permitem engenharia reversa no código.
  • Construir um processo de segurança desde o desenvolvimento
    • Proteção no pipeline CI/CD: Integre verificações de integridade binária no ciclo de desenvolvimento.
    • Pinagem de certificado: Certifique-se de que apenas servidores confiáveis possam se comunicar com o app.
    • Auditorias de segurança automatizadas: Faça varreduras regulares para detectar vulnerabilidades.

Um alvo pouco atraente

Se há algo que aprendemos protegendo apps móveis, é que hackers sempre escolhem o caminho mais fácil. Se o seu app não tem proteção contra adulterações, é como uma casa sem cerca—um convite para problemas.

Mas quando você implementa as defesas certas, envia uma mensagem clara: este app não vale o esforço. Com isso, os invasores seguem para um alvo mais fácil, enquanto sua marca continua crescendo com segurança e confiança.

Esse artigo tem informações retiradas do blog da Verimatrix. A Neotel é parceira da Verimatrix e, para mais informações sobre as soluções e serviços da empresa, entre em contato com a gente.

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