Ransomware e a urgência de um plano de resposta automatizado e resiliente

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Os ataques de ransomware continuam em crescimento exponencial, com 28% das empresas globalmente e 29% na América Latina já tendo enfrentado tentativas de extorsão cibernética, segundo o Relatório Thales Data Threat Report 2024 para a América Latina. No entanto, enquanto a ameaça se intensifica, a resposta organizacional parece não acompanhar o ritmo. Apenas 21% das empresas relataram possuir um plano formal de resposta a incidentes, expondo uma lacuna crítica na cibersegurança.

Falhas no planejamento de resposta a incidentes

A ausência de planos de resposta adequados não é apenas um descuido operacional, mas um risco estratégico. Em um contexto de ataques sofisticados, que utilizam técnicas como exfiltração de dados e dupla extorsão, a falta de uma estratégia de contenção pode significar um tempo de inatividade devastador e perdas financeiras irreversíveis. Embora o ransomware evolua rapidamente, a preparação para mitigação e recuperação continua a ser um ponto fraco em muitas organizações.

A adoção de frameworks como MITRE ATT&CK, que oferece mapeamento das táticas usadas por agentes de ameaça, deve ser combinada com a implementação de runbooks automatizados de resposta a incidentes, baseados em SOAR. Isso garante a execução de procedimentos de isolamento de sistemas infectados e notificação de stakeholders, com mínima latência.

Construindo um playbook de resposta dinâmico

Para que um plano de resposta seja realmente eficaz, ele precisa ser dinâmico e adaptável à evolução das ameaças. Isso inclui desde a integração com sistemas SIEM para monitoramento contínuo até o uso de EDR/XDR, capazes de identificar sinais de comprometimento em endpoints, isolando máquinas afetadas antes que o ransomware se espalhe.

Além disso, ferramentas de deception technology podem ser implementadas para atrasar os atacantes, oferecendo-lhes recursos falsos enquanto a equipe de resposta lida com a contenção e erradicação da ameaça.

Backup e recuperação: a última linha de defesa

Embora tecnologias avançadas de prevenção sejam cruciais, o backup continua sendo uma das defesas mais eficazes contra o ransomware, desde que configurado corretamente. Isso significa usar backups imutáveis e adotar a estratégia 3-2-1, que garante múltiplas cópias dos dados, incluindo uma versão offline e fora do alcance de atacantes. Além disso, é fundamental estabelecer políticas claras de RPO (Recovery Point Objective) e RTO (Recovery Time Objective) que estejam alinhadas aos requisitos de continuidade dos negócios.

Ferramentas de orquestração de backup automatizada também podem acelerar a recuperação, reduzindo o tempo necessário para restaurar sistemas críticos e minimizando o impacto financeiro.

Automação, Machine Learning e Zero Trust como soluções futuras

A evolução das tecnologias de machine learning e inteligência artificial também desempenha um papel crucial na defesa contra o ransomware. Modelos preditivos podem ser treinados para detectar comportamentos anômalos em tempo real, permitindo uma resposta proativa antes que o ataque cause danos significativos. Além disso, a adoção de uma arquitetura de zero trust, combinada com a microsegmentação, garante que mesmo se um sistema for comprometido, o acesso lateral seja drasticamente limitado.

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