A importância de uma cultura orientada à cibersegurança para a inovação e sucesso das empresas;

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De acordo com estudos da MasterCard e do Data Folha, apenas 32% das companhias têm uma área de cibersegurança que as ajudem a proteger suas operações.

Por Cleber Ribas

Nos últimos anos tem sido cada vez mais aceita a ideia de que, a partir de agora, todas as empresas são operações de tecnologia. Faz sentido, sobretudo se imaginarmos a dependência que nossas companhias, no geral, têm dos dispositivos, redes e aplicações que margeiam seus expedientes. Alguém, por exemplo, consegue imaginar como seria o dia a dia de suas organizações sem Internet e computadores?

Nesse contexto, um item fundamental e muitas vezes desvalorizado é a informação. Em última análise, os dados de uma empresa são como o sangue que circula no corpo corporativo: são esses registros que nos ajudam a tomar decisões, planejar o futuro e entender o passado, entre outras coisas. Por isso, fica cada vez mais evidente a importância da cibersegurança como elemento vital para impulsionar os resultados dentro das empresas.

Não resta dúvidas de que a segurança virtual já é um assunto frequente nos noticiários e, igualmente, nas discussões dos conselhos estratégicos. Mas será que essas preocupações estão realmente sendo traduzidas em iniciativas que estimulem a formação de uma geração orientada à cibersegurança? A resposta varia, de acordo com a perspectiva que se olhe.

Ainda que muito se discuta sobre este tema, por exemplo, a verdade é que apenas parte das empresas brasileiras estão se preparando ativamente contra as ameaças. De acordo com estudos da MasterCard e do Data Folha, apenas 32% das companhias têm uma área de cibersegurança que as ajudem a proteger suas operações. Em outras palavras, precisamos fortalecer a cultura orientada à segurança para, então, otimizar as ações de segurança cibernética dentro das empresas.

O ponto de partida para isso é ampliar o leque de ferramentas à disposição das companhias e, internamente, incentivar a capacitação dos times, mostrando às pessoas o impacto de cada um em relação à segurança digital.

Evidentemente, aplicar todas essas etapas de forma abrangente nas companhias é um desafio. Sobretudo porque faltam profissionais habilitados para acompanhar as demandas urgentes – segundo levantamento da (ISC)², estima-se que haja uma lacuna de aproximadamente três milhões de técnicos especializados no mercado global.

É preciso combinar e equilibrar inovação e segurança, cercando as equipes com práticas e tecnologias de cibersegurança que transformem a tarefa de proteger as informações em algo cada vez mais simples, intuitivo e recorrente.

Vale destacar, aqui, que o papel das pessoas nesse processo vai muito além da exposição indevida de um dado sigiloso. Na prática, como mostra uma recente pesquisa do Instituto Ponemon, cerca de dois terços de todos os roubos e vazamentos de dados começam com erros humanos, incluindo falta de supervisão, configurações inadequadas ou negligência.

Disseminar uma cultura orientada à segurança, equilibrando inovações e proteção aos dados, é fortalecer as pontas que, de fato, interagem com os dados. Manter boas práticas, contar com times conscientes de suas ações e tecnologias de cibersegurança mais avançadas sem dúvidas é um trinômio que precisa ser encarado como uma demanda-chave das organizações.

Em tempos marcados pela busca constante por novas e melhores experiências, encontrar formas de estimular o desenvolvimento sustentável e seguro das organizações passa por se promover práticas e infraestruturas que maximizem a privacidade dos clientes, a produtividade e eficiência dos colaboradores e a continuidade rentável dos negócios – afugentando e mitigando ameaças, brechas sistêmicas e vulnerabilidades.

É preciso investir em campanhas de orientação, do mesmo modo como é essencial que as companhias – a cada dia mais descentralizadas – possam contar com firewalls, VPNs, software antivírus e sistemas inteligentes para ampliar o poder de cibersegurança corporativa. Segundo pesquisas do Gartner, quase 85% das companhias planejam adotar modelos híbridos de atuação, com os profissionais trabalhando ao menos parte de suas rotinas em casa.

Os líderes executivos, sejam eles da área de TI ou não, devem ter a visão estratégica sobre qual é a real importância da segurança da informação dentro de seus negócios. A prevenção contra as ameaças em longo prazo passa, inexoravelmente, pelo investimento na infraestrutura disponível para proteger os acessos à rede e por condutas alinhadas às práticas de cibersegurança. Uma cultura voltada à cibersegurança é um misto de ações que em nada tem a ver com cautela ou temos de inovação. Ao contrário. A real transformação digital será alcançada apenas pelas empresas que souberem manter uma rotina saudável, capaz de manter seu corpo realmente preparada para ir mais longe, evitando contratempos. *Cleber Ribas é CEO da Blockbit.

FONTE: IP NEWS

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