Com ataques hackers, contratação de seguro cibernético cresce 146% no País

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O crescimento dos ataques hackers – como os sofridos pela Renner, em agosto, e pela CVC e Porto Seguro, em outubro – está atormentando a vida das empresas brasileiras e provocando um incremento acelerado na contratação de seguros para o caso de ataques cibernéticos no País, mostram dados obtidos pelo Estadão/Broadcast.

Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), os prêmios de seguros cibernéticos cresceram 146% de janeiro a setembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 70 milhões. Apesar do valor baixo para o tamanho do mercado, é o maior nível já registrado pelo segmento. O setor todo arrecadou R$ 224,29 bilhões este ano até setembro, com aumento de 13,2% na comparação com 2020.

Daniel Lamboy, membro da comissão de linhas financeiras da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), diz que, além dos ataques a grandes empresas, a alta reflete a digitalização forçada da economia durante a pandemia de covid-19, reflexo das medidas de isolamento social.

“O ataque cibernético passou de um conceito abstrato para um conceito concreto: usuários não conseguiam efetuar compras, marcar exames ou renovar o seguro do carro. A proximidade das consequências desses ataques ao cotidiano aumenta de forma drástica a percepção do risco cibernético”, afirma.

Chamados de seguro compreensivo de riscos cibernéticos, ou apenas cyber, o seguro tem proteção contra danos causados ao segurado e a terceiros. Um exemplo é o vazamento de dados pessoais de um cliente. Podem ser cobertos custos de defesa judicial, indenizações, acordos.

Outro possibilidade de cobertura tem relação com os custos para o segurado se recuperar do ataque cibernético, como reconstituição de redes, reconfiguração de servidores, restauração de backups. Pode envolver, inclusive, a cobertura para custos de publicidade, para reverter a imagem da empresa.

Em agosto, a Renner sofreu um ataque cibernético que provocou a indisponibilidade de parte de seus sistemas. Não houve evidência de vazamento de dados de clientes. Em teleconferência na semana passada, o presidente da Renner, Fabio Faccio, disse que o crescimento digital da varejista de moda poderia ser maior não fossem os dias que a operação ficou parada após o ataque.

A CVC, maior agência de viagens do País, ficou 12 dias completos sem operar em outubro após um ataque hacker. A seguradora Porto Seguro sofreu uma tentativa de ataque cibernético no meio do mês passado, o que gerou instabilidade nos sistemas da empresa e afetou os canais de atendimento. A empresa também informou, na época, não ter identificado vazamento de dados de clientes.

FONTE: TERRA

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