Funcionários mentem por medo de punição quando dados vazam na nuvem

Views: 222
0 0
Read Time:3 Minute, 30 Second

Uma pesquisa feita pela Veritas Technologies mostra que mais da metade dos funcionários (56%) já excluíram acidentalmente arquivos hospedados na nuvem – como documentos de negócios, apresentações e planilhas – e até 20% relatam que isso acontece várias vezes por semana. A pesquisa revelou ainda que 35% dos funcionários já mentiram para encobrir o fato de terem excluído acidentalmente dados armazenados em unidades de nuvem compartilhadas. Enquanto 43% disseram que ninguém percebeu o erro, nos casos em que os acidentes foram descobertos, 20% dos entrevistados relataram que os dados não eram mais recuperáveis.

Quando questionados sobre por que não informaram seus erros, 30% disseram que mantiveram o silêncio porque estavam com vergonha, 18% por medo das consequências e 5% porque já tinham tido problemas com seus departamentos de TI antes. Os funcionários são ainda mais temerosos quando se trata de incidentes de ransomware. Apenas 30% dos entrevistados confessariam imediatamente os erros que permitiram o acesso do ransomware em suas organizações. Outros 35% disseram que não fariam nada ou fingiriam que nada havia acontecido, enquanto 24% omitiriam sua própria culpa ao relatar o incidente.

“As empresas precisam ajudar os funcionários, e não somente culpar, quando dados são perdidos ou criptografados por hackers como resultado de erros humanos”, afirma Gustavo Leite, country manager da Veritas no Brasil. “Geralmente, há uma pequena janela em que as empresas podem agir para minimizar o impacto da exclusão ou corrupção dos dados baseados na nuvem que os funcionários utilizam. Os líderes precisam motivá-los a relatar eventuais erros o mais rápido possível, para que as equipes de TI possam agir de imediato e tomar as medidas corretivas. A pesquisa deixa claro que vergonha e punição não são as formas ideais de lidar com esse cenário”.

O executivo da Veritas Technologies diz ainda que, hoje, 38% dos colaboradores das empresas consultadas armazenam dados em pastas na nuvem atribuídas a eles, 25% em pastas que se sincronizam com a nuvem e 19% em pastas na nuvem que compartilham com suas equipes. “Infelizmente, quanto mais pessoas acessam drives em nuvem, mais oportunidades existem para que os indivíduos evitem suspeitas ou repassem a culpa. No entanto, sem saber todos os detalhes de quem causou um ataque de ransomware, além de como e quando, fica muito mais difícil limitar seu impacto”, reforça.

A nuvem dá falsa confiança aos colaboradores

A pesquisa também destacou que os funcionários não têm uma compreensão clara sobre o limite de auxílio que as empresas de hospedagem na nuvem podem oferecer em caso de perda de dados. Na verdade, quase todos (92%) acreditam que seu provedor seria capaz de restaurar seus arquivos, seja por meio de uma cópia da nuvem, de uma pasta de “itens excluídos” ou de um backup. Entre os respondentes, 15% acreditam que seus “itens excluídos” estariam disponíveis na nuvem por pelo menos um ano após a perda dos dados.

“Quase metade (47%) imagina que os dados na nuvem são mais seguros contra ransomware por presumirem que seus provedores os protegem de malware que possam ser acidentalmente introduzidos”, explica o country manager da Vertitas. “Essa é uma suposição incorreta, que continuará a colocar os negócios em risco até que seja totalmente eliminada. A verdade é que, como parte de seu serviço padrão, a maioria dos provedores de nuvem apenas fornece garantia de resiliência de seu serviço, não oferece garantias de que um cliente, ao utilizar seu serviço, terá seus dados protegidos”.

Há atualmente uma cultura da vergonha, por meio da qual a perda de dados afeta o bem-estar dos funcionários. Isso fica evidente a partir de alguns reflexos, como o fato de 29% dos colaboradores relatarem usar palavrões ao perder dados, 13% atacarem e quebrarem algo e 16% serem levados às lágrimas. De acordo com a pesquisa, perder dados relacionados ao trabalho ou introduzir ransomware são duas das experiências mais estressantes para os profissionais consultados – mais do que um primeiro encontro, uma entrevista de emprego ou fazer um exame médico.

A pesquisa global foi conduzida e as estatísticas compiladas para a Veritas pela 3Gem, que entrevistou 11.500 porfissionais na Austrália, China, França, Alemanha, Cingapura, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e EUA. O Brasil nãofoi ouvido nesse levantamento.

FONTE: CONVERGENCIA DIGITAL

POSTS RELACIONADOS