Blockchains adotam criptografia pós-quântica para antecipar ataques futuros

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Por Felipe Gugelmin

Com a aproximação da chegada comercial dos computadores quânticos, diversas áreas que usam a criptografia começam a se preocupar com sua sobrevivência. Esse é o caso das plataformas de blockchains, que dependem de comunicações cuja proteção poderá ser facilmente quebrada graças à imensa capacidade computacional da nova tecnologia.

Em antecipação a esse cenário potencialmente apocalíptico, a empresa Cambridge Quantum (CQ) se uniu ao Banco de Desenvolvimento Interamericano (IDB, na sigla em inglês) e a seu laboratório IDB Lab para criar uma nova tecnologia chamada IronBridge. Ela promete trazer soluções de “criptografia pós-quântica” para sistemas que dependem de que todas as partes da cadeia estejam protegidas e não tenham suas comunicações interceptadas.

O segredo da nova tecnologia é que ela gera chaves de criptografia de forma totalmente aleatória, enquanto métodos tradicionais dependem de equações matemáticas — que poderiam ser desvendadas facilmente por computadores quânticos. A IronBridge também se aproveita da capacidade de computadores quânticos de gerar números aleatórios para garantir uma proteção adicional às chaves de proteção usadas.

Tecnologia já está sendo testada

Segundo os envolvidos no projeto, a nova tecnologia já foi implementada com sucesso na LACChain, plataforma de blockchain desenvolvida pela IDB Lab que já usada por mais de 50 organizações ao redor do mundo. Duncan Jones, chefe de cibersegurança da CQ, afirma que ela proporcionava o cenário ideal para os testes. “Somente chaves geradas por entropia quântica qualificada podem ser resistentes à ameaça da computação quântica”, explicou ao site ZDNet.

Imagem: Divulgação/Oleg Gamulinskiy/Pixabay

O Iron Bridge está sendo usado atualmente como uma segunda etapa de proteção ao sistema, que atua de forma complementar à criptografia convencional. Segundo os criadores, isso prova que a novidade é capaz de ser adaptada facilmente a outros sistemas, garantindo tanto a proteção de dados atuais quanto futuros.

“A segurança usada atualmente na maioria das blockchains é vulnerável a ataques quânticos”, afirma Itan Barmes, especialista quântico da Deloitte. “Ninguém sabe quando esses ataques vão ser possíveis. As estimativas variam entre cinco a 30 anos. Por outro lado, migrar para uma solução protegida contra a computação quântica também deve levar anos, então ignorar o problema é tomar um risco desnecessário”.

Além de grupos como a CQ e o IDB, governos ao redor do mundo também já se preocupam quanto à data de validade das criptografias tradicionais. Enquanto a O Centro Nacional de Cibersegurança do Reino Unido defende que a dependência delas precisa acabar, a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos já trabalha com testes de algoritmos capazes de aumentar a proteção oferecida pelas chaves digitais.

FONTE: CANALTECH

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