Sistemas informáticos do Hospital de Ponta Delgada restabelecidos em “duas semanas”

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Os sistemas informáticos do Hospital Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, serão restabelecidos em “duas semanas”, depois do ciberataque registado em junho, disse hoje a secretária das Obras Públicas e Comunicações do Governo dos Açores, Ana Carvalho.

“Neste momento, estão reunidas as condições para avançar de uma forma mais célere e segura com os trabalhos em falta que permitirão restabelecer a totalidade dos sistemas do Hospital Divino Espírito Santo de forma faseada e com uma estimativa de prazo de execução de mais duas semanas”, declarou.

Em 24 de junho, o Governo dos Açores informou ter sido detetada “uma tentativa de intrusão externa no sistema informático” do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, pelo que foi acionado um plano de contingência.

Nesse mesmo dia, as secretarias das Obras Públicas e Comunicações e da Saúde, em articulação com a administração da unidade hospitalar, tomaram a “decisão, inadiável, de isolar informaticamente o hospital ao nível do ciberespaço e da restante rede do Governo dos Açores”, disse hoje Ana Carvalho.

“Com a decisão, era sabido o inevitável impacto negativo no normal funcionamento da unidade hospitalar, mas pesou o facto de estarmos perante evidências inequívocas de que aquela instituição se encontrava na iminência de um ataque de ‘ransomware’”, destacou

Segundo disse, um ataque ‘ransomware’ (um ‘malware’ criado para criptografar áreas de armazenamento de computadores), “impossibilitaria a recuperação de todos os dados do hospital, os clínicos de todos os seus utentes e todos os dados de caráter financeiro e administrativo”.

“Expectável era que seríamos confrontados, para resgate futuro dos dados, com uma exigência de um avultado pagamento, em criptomoeda, que habitualmente se encontra na ordem das dezenas de milhões de euros”, acrescentou.

Ana Carvalho realçou que não é possível identificar a origem deste tipo de ataques.

A governante avançou ainda que a secretaria das Obras Públicas e Comunicações não foi contactada pela Polícia Judiciária a propósito do ciberataque.

A secretária regional disse que os técnicos informáticos da direção regional das Comunicações e da Saúde “tiveram de se inteirar do sistema” do HDES e “contactar as empresas que forneceram aqueles sistemas” informáticos.

“Foram eles próprios [os técnicos] que tiveram de estudar o sistema, às vezes sem apoio de ninguém, dai ter demorado este tempo todo. O primeiro passo foi conter o ataque”, assinalou.

A governante realçou ainda que o Plano de Recuperação e Resiliência contempla uma verba de cerca de dois milhões de euros para promover a cibersegurança da região.

“Nós vamos avançar com a cibersegurança em grande no Governo Regional, que haverá, com certeza, depois, se alargar às outras empresas dependentes do governo”, apontou.

A 28 de junho, o secretário da Saúde do Governo dos Açores, Clélio Meneses, reconheceu ter existido atrasos na divulgação dos testes negativos à covid-19 na região devido ao ciberataque ao Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada.

FONTE: SAUDEMAIS

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