Reconhecimento facial e IA: falta de regulação preocupa presidente da Microsoft

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Por Matheus Barros,Editado por Tissiane Vicentin

O presidente global da Microsoft, Brad Smith, acredita que o tempo para regulamentar a inteligência artificial (IA) e garantir a privacidade de dados no reconhecimento facial está acabando. Para ele, 2025 é um bom prazo limite para a regulação da tecnologia.

“Na segunda metade desta década, veremos aplicações práticas de inteligência artificial se espalhando muito rapidamente e pagaremos um preço alto se falharmos na regulação”, afirmou o executivo durante participação em debate on-line no YouTube com Ronald Lemos, especialista em direito digital, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio) e professor visitante na Universidade Columbia (EUA).

Para Smith, o Brasil está bem posicionado para assumir uma liderança global em inteligência artificial.

Brad Smith
Falta de privacidade no reconhecimento facial preocupa o presidente da Microsoft.
Imagem: Shutterstock

“A primeira coisa que precisa ser feita é usar os dados. Sem isso, não há como usar muito bem a inteligência artificial. Por fim, viveremos em um mundo onde a quantidade de dados que pode ser usada refletirá mais do que o tamanho de um país ou sua população. O Brasil pode liderar nisso, mas é preciso abrir mais dados”, observou.

O maior desafio porém, na visão do executivo, é impor limites de maneira que “não tornem a inovação morosa ou reduzam a velocidade de adoção de tecnologias que serão transformadoras para determinados setores da economia”, afirmou ele, citando como exemplo de setor agrícola como um dos mais antigos do mundo, mas que será transformado pela IA.

Privacidade de dados

Durante o debate, o executivo também falou sobre a importância da privacidade na era dos dados. “A primeira coisa que penso sobre privacidade é o quanto as coisas podem ficar ruins quando algo dá errado”, disse.

“Na criação de uma legislação para privacidade na internet, o Brasil pode aprender com casos globais e locais. É importante usar esses casos para reconhecer que a privacidade é um direito humano e que ele precisa ser protegido”, apontou.

O presidente da Microsoft ainda demonstrou preocupação com a utilização do reconhecimento facial em câmeras de monitoramento em locais públicos, como é feito com o sistema de segurança fabricado pela Huawei e utilizado pelo governo da Bahia.

Para Smith, a utilização desse sistema em locais públicos torna a imposição de limites mais difícil, o que, consequentemente, pode colocar a privacidade das pessoas em xeque.

“Uma das minhas preocupações é que isso possa ser usado para identificar os participantes de um protesto pacífico. Ou para abafar algum acontecimento”, complementou.

FONTE: OLHAR DIGITAL

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