Crimes cibernéticos na “mira” dos executivos

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O aumento da preocupação dos CEOs com as ameaças cibernéticas e a “misinformation” coincide com a aceleração da transformação digital das empresas durante a pandemia. Cerca de 49% dos CEOs globais e 61% dos CEOs brasileiros projetam aumentos significativos (de 10% ou mais) nos investimentos em transformação digital.

Além disso, 32% dos líderes globais e 47% dos brasileiros apostam no desenvolvimento de talentos e líderes, segundo a 24ª edição da Pesquisa Global com CEOs da PwC (24th Annual Global CEO Survey).

Paradoxalmente, apesar do nível de preocupação com os ataques cibernéticos, apenas 31% dos líderes globais (entre aqueles que planejam aumentar o investimento digital) também estão planejando aumentar seus gastos com segurança cibernética e privacidade de dados em 10% ou mais. No caso do Brasil, esse percentual chega a 47%.

Novas e melhores oportunidades de emprego – Ao serem questionados sobre alterações no quadro de funcionários nos últimos 12 meses, apenas 31% dos entrevistados brasileiros confirmaram a ocorrência de novas contratações (21% com aumento moderado, de 3 a 9% de crescimento no número de funcionários, e 10% indicando aumento forte, com mais de 10% de crescimento). Para 33% dos líderes nacionais, a quantidade de profissionais se manteve, enquanto outros 27% indicaram redução moderada (3-9%) e 10% afirmaram que houve grande redução (maior que 10% do total do quadro).

Para os próximos 12 meses, a tendência se inverte: 48% dos CEOs brasileiros dizem esperar um aumento moderado das contratações (3-9%) e 14% preveem um aumento forte (maior que 10%). Em relação aos próximos três anos a situação é ainda melhor: 51% consideram que irá ocorrer um aumento moderado e 31% acreditam num crescimento forte.

No cenário global a situação é parecida. Ao longo do ano passado, apenas 24% dos CEOs efetuaram contratações – 19% com aumento moderado do número de profissionais e 5% com aumento forte. Para o próximo ano, 35% dos entrevistados afirmam que haverá aumento moderado do número de profissionais e 6% dizem esperar um aumento forte. Em relação aos próximos 36 meses, esses índices aumentam para, respectivamente, 50% e 17%.

Força de trabalho, produtividade e diversidade – Solicitados a apontar os impactos sociais que as empresas devem exercer, os CEOs colocam a criação de uma força de trabalho qualificada, educada e adaptável no topo da lista. Ao mesmo tempo, um número crescente de CEOs busca aumentar a competitividade de sua empresa por meio de investimentos digitais na força de trabalho.

Para 36% dos entrevistados em âmbito global (mais que o dobro do índice de 2016) e 45% no Brasil, a produtividade da força de trabalho deve ser melhorada por meio de automação e tecnologia. Logo em seguida, no ranking global, vem a preocupação com a cultura do local de trabalho e o comportamento dos profissionais (32%, ante 41% em 2016). Entre os líderes brasileiros, o segundo lugar é ocupado pela preocupação com a qualificação e adaptabilidade da força de trabalho, (33%), seguida pela cultura (31%).

Os brasileiros estão menos preocupados que a média global em dois aspectos que vêm ganhando peso na discussão sobre desenvolvimento e produtividade: foco em diversidade e inclusão (14%) e preparação de líderes para o futuro (13%). Os CEOs globais consideram estes dois tópicos mais importantes – 25% e 36%, respectivamente.

Cenário global

Os CEOs apontam um esfriamento das tensões comerciais. Tanto o conflito comercial quanto o protecionismo perderam importância nas listas de ameaças. Mas há nuances consideráveis nesse cenário. O conflito comercial ainda é uma das dez maiores ameaças na China e na Alemanha, ambas dependentes do crescimento impulsionado pelas exportações. Além disso, os padrões de comércio e parcerias estão mudando. Por exemplo, os CEOs nos EUA estão reduzindo sua ênfase na China como um motor de crescimento e aumentando o foco no Canadá e no México; em comparação com a última pesquisa, o interesse dos CEOs dos Estados Unidos nestes dois países aumentou 78%.

Para os líderes globais, os Estados Unidos retomam a liderança como o principal mercado para crescimento (35%, ante 30% em 2020), ampliando a vantagem sobre a China (28%, ante 29% no ano passado). Na sequência, os CEOs apostam na Alemanha (17%) e Reino Unido (que assume a quarta posição isoladamente neste ano, com 11%, depois de disputar espaço com Índia e Austrália em 2020, todos com 9%).

Para os líderes brasileiros, os Estados Unidos (40%) continuam sendo o principal mercado, com vantagem igual sobre a China (33%). A Alemanha também ocupa o terceiro lugar, com 13%, mas seguida por Argentina (9%), México (8%) e Índia (7%). O Reino Unido e a Colômbia disputam a mesma fatia do interesse nacional, ambos com 6% de preferência.

Os CEOs da China relatam um interesse crescente em grandes economias como os EUA, Alemanha e Japão. O Reino Unido, após o Brexit, passou a ocupar o quarto lugar na lista de destinos de crescimento, superando a Índia.

Reinvenção

“Ao chegar à marca de um ano da pandemia, estamos em um ponto de inflexão, à medida que a vacinação começa a aumentar em todo o mundo.  Ainda estamos em crise, mas já começamos a ver possibilidades. Uma coisa é clara: não podemos simplesmente voltar a ser como éramos antes. As mudanças pelas quais fomos obrigados a passar nos trouxeram desafios, mas também nos fizeram perceber que é possível a reinvenção, acreditando no amanhã – as respostas dos líderes empresariais de todo o mundo demonstraram isso. Exercitar esse potencial é missão de todos nós; precisamos dar o exemplo, a fim de fazer com que toda a sociedade reaja e, juntos, consigamos redirecionar o Brasil para um futuro melhor”, diz o sócio-presidente da PwC Brasil, Marco Castro.

FONTE: DIARIO DO COMERCIO

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