Modelo de segurança totalmente baseado na nuvem combina serviços de software por serviço a funcionalidades de segurança e rede
Por Fernando Zamai*
Já é lugar comum dizer que um novo normal se impõe sobre nossas vidas e nossas rotinas de trabalho. Com a necessidade, ampla adoção e estabelecimento do home office como padrão em muitas indústrias e mercados pelo mundo, as empresas passaram a buscar soluções que entreguem maior acessibilidade, produtividade, integração entre funcionários, gestores e suas tarefas e, principalmente, segurança. Se soluções de VPN se tornaram uma saída natural nos primeiros meses de pandemia, com o tempo e a possibilidade de um futuro do trabalho híbrido, alternando entre idas ao escritório e o home office, se impondo, os olhos do mercado se voltaram para o modelo SASE como uma solução definitiva para esta nova fase.
Resumidamente, o SASE é um modelo de segurança totalmente baseado na nuvem, que combina serviços de software por serviço (SaaS) a funcionalidades de segurança e rede, e os fornece usando um provedor de serviços. Ou seja, é diferente da VPN, que é um túnel que conecta o usuário remoto a uma estrutura físico. Isto o torna mais rápido, com melhor acessibilidade, e por suas características SaaS, traz ferramentas de segurança fornecidas pelos provedores.
É fácil entender por que ele vem ganhando cada vez mais espaço. A primeira razão é a redução significativa do custo operacional para as empresas. Movendo suas estruturas para a nuvem, adotando um modelo SaaS, desaparece a necessidade de uma infraestrutura física e custosa no escritório, ocupando espaço e aumentando o consumo de energia elétrica.
Outro ponto de destaque é a maior segurança fornecida pelo modelo SASE. Já há algum tempo que as soluções de segurança em nuvem se tornaram padrão da indústria, com atualizações frequentes, atendendo usuários e empresas de forma igual, fornecidas com rapidez e eficiência. Se havia uma resistência a elas, as necessidades impostas pelo trabalho remoto mostraram que a transição para nuvem não ocorre apesar das preocupações com a segurança, mas também graças a estas preocupações. Setores com grande sensibilidade de dados, como saúde, financeiro e jurídico já estão em processo acelerado de transição, e a tendência é que a nuvem se torne um padrão em todos os mercados.CIO2503
Contudo, a adoção do modelo de SASE tem mostrado seu maior impacto justamente no usuário final, que tem visto sua experiência de uso mudar completamente. Através da maior rapidez, segurança e estabilidade na conexão, alguns profissionais têm tido a oportunidade de construir versões remotas de seu escritório, com equipamentos e consumo de dados que não seriam possíveis através de uma VPN comum.
Exemplos vão desde departamentos de TI de empresas – inicialmente um dos poucos que não puderam adotar o home office – que agora têm a possibilidade de atender todas as demandas remotamente, até médicos, que com estas soluções conseguem realizar consultas a distância, tendo a sua disposição a estabilidade de conexão e a segurança necessária para realizar dezenas de chamadas por vídeo por dia, sem o risco de comprometer os dados dos pacientes.
Conforme o mundo caminha para uma realidade em que o futuro do trabalho é híbrido, tecnologias como a SASE e outras soluções em nuvem continuarão a ganhar mais adesão. Contudo, mesmo este sendo um caminho sem volta, os CIOs não podem deixar sua estrutura de legado para trás. O grande desafio de 2021 será uma transição para nuvem ágil, segura, que prepare usuários para o futuro, mas com a suavidade necessária para evitar uma disruptiva em seu sistema legado. Aqueles que conseguirem realizar estes passos com sucesso estarão preparados para um futuro em que a nuvem será a única opção.
*Fernando Zamai é Gerente de Desenvolvimento de Negócios de Cibersegurança da Cisco do Brasil
FONTE: CIO