Capcom | Vazamento expõe informações de Resident Evil Village e dados pessoais

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O final de semana não terminou muito bem para a Capcom, que já começa a se ver diante dos reflexos do ataque cibernético que sofreu no início deste mês de novembro. No domingo (15), vieram a público as primeiras informações sobre games oriundas do vazamento, enquanto, na manhã desta segunda-feira (16), a empresa respondeu confirmando a obtenção de informações pessoais de funcionários, clientes e até acionistas, além de documentos corporativos e de desenvolvimento de jogos que, em alguns casos, já estão disponíveis na internet.

Documentos de design e cópias de slides internos foram publicados no fórum anônimo 4Chan, com Resident Evil Village, o próximo grande game da série de terror, sendo o mais atingido. De acordo com as informações, o game teria lançamento previsto para abril de 2021 e chegaria ao mercado com dublagem em português, um antigo pedido dos fãs da franquia. Além disso, atendendo outro clamor popular, o jogo chegaria também ao PlayStation 4 e Xbox One, além das já anunciadas versões PS5 e Xbox Series X|S, que já foram reveladas. Uma demo seria liberada em todas essas plataformas três semanas antes do lançamento.

Em andamento, também, estaria um novo jogo multiplayer competitivo da série, com os documentos mostrando um título ainda em estágio inicial de desenvolvimento. Batizado de Project Highway e às vezes chamado, também, de Village Online, ele pode ser gratuito a todos os jogadores ou, então, incluído no pacote de conteúdos adicionais de Resident Evil Village, de forma semelhante ao que aconteceu com o recente Resident Evil Resistance, por exemplo. A ideia seria levar a franquia ao campo dos Battle Royales, como forma de agradar aos fãs e, também, atrair um novo público.

De acordo com documentos vazados, Resident Evil Village tem lançamento programado para abril e deve chegar dublado em português (Imagem: Divulgação/Capcom)

Ainda sobre a franquia de horror, a série de animação Infinite Darkness, produzida em parceria pela Netflix, pode chegar em maio, enquanto vazaram os planos de lançamento de uma versão de realidade virtual de Resident Evil 4, que seria exclusiva dos PCs. Um acordo de US$ 10 milhões com o Google teria garantido a chegada de Resident Evil 7 e Village ao Stadia, serviço de jogos via nuvem, enquanto outros US$ 5 milhões teriam sido dados pela Sony nos últimos anos para garantir o suporte exclusivo do sétimo game da franquia ao PlayStation VR e o lançamento exclusivo de demos e DLCs antecipadamente na plataforma.

Seguindo adiante, foram reveladas, também, informações sobre Shield, um shootter competitivo ainda em desenvolvimento que teria foco na integração entre jogadores e espectadores por meio da Twitch, e os trabalhos em um novo game exclusivo para o Nintendo Switch, cujo título preliminar é Guillotine. O lançamento de uma coletânea da série Ace Attorney para PS4 e o console da “Big N” também estaria nos planos.

Monster Hunter Rise, outro exclusivo da empresa para Switch, estaria chegando ao PC em outubro, assim como o segundo game da franquia e supostamente exclusivo do console da NintendoStories 2, também parte da franquia de caça aos monstros. Existem, ainda, menções a mais um game, de codinome Project Reiwa, cujas informações são desconhecidas.

Entre os arquivos de design vazados, também estão os códigos-fonte de jogos já lançados há anos pela companhia como Devil May Cry 2Resident Evil: The Umbrella Chronicles e The Misadventures of Tron Bonne. As datas chamam a atenção, já que os títulos datam de um período entre 1999 e 2007, com opções mais recentes não aparecendo entre o volume liberado pelos hackers.

Detalhes dos dados vazados

Informações de funcionários, candidatos e clientes de lojas oficiais da Capcom também foram comprometidas, assim como documentos confidenciais de negócios e design de jogos (Imagem: Felipe Demartini/Canaltech)

O segmento mais atingido pelos ataques teria sido a Capcom Store, a loja oficial da companhia que funciona pela internet, a partir da qual 147 mil registros foram obtidos pelos hackers, incluindo nomes completos, e-mails, números de telefone, datas de nascimento e endereços. Além disso, um volume de aproximadamente quatro mil entradas pode ter sido comprometido a partir de sites de registro para competições de eSports dos games da empresa.

Entre os indivíduos mais ligados à companhia, mais números preocupantes. O ataque de ransomware teria sido capaz de extrair os dados de cerca de 28 mil funcionários e 125 mil pessoas que pleitearam a vagas na companhia ao longo dos últimos anos. Aqui, além de nomes completos, telefones, endereços e datas de nascimento, estão fotos pessoais. Entre os acionistas, seriam 40 mil entradas de registro contendo não apenas informações pessoais como também seus números de registro e os tamanhos das cotas que possuem junto à companhia.

Nos casos acima, a Capcom fala em um comprometimento possível, uma vez que as informações sobre o caso ainda estão sendo apuradas de forma que se delimite o exato volume de informações a que os hackers tiveram acesso. Desde já, entretanto, a empresa confirma a obtenção dos dados de pelo menos nove pessoas, entre colaboradores atuais e ex-funcionários, com direito a cópias dos passaportes de dois deles e à assinatura de um, além de nomes, endereços e outras informações registradas junto ao departamento de recursos humanos.

Por fim, e no vazamento que resultou nas informações sobre games citadas no início deste artigo, foram obtidos pelos hackers dados internos de vendas de jogos e contratos com parceiros de negócios, além de documentos de desenvolvimento e design de títulos do passado, ainda em produção ou não anunciados. A ideia, porém, é que a pressão ainda não chegou ao fim, com as informações publicadas neste final de semana seja apenas uma pequena parte, ainda que importante, de tudo o que teria sido obtido pelos hackers.

Segundo a Capcom, dados financeiros não foram comprometidos pelo ataque realizado no início de novembro, pois as transações realizadas em sua loja oficial são processadas por meios de pagamentos não ligados a ela. A empresa disse estar entrando em contato direto com aqueles que foram efetivamente atingidos pelo vazamento e disponibilizou telefones e e-mails de atendimentos para clientes e acionistas que desejem ter mais detalhes sobre um possível comprometimento de seus dados.

De acordo com as informações preliminares, divulgadas nos dias seguintes ao ataque, seriam pelo menos 1 TB de dados furtados da Capcom após um ataque de ransomware, pertencentes aos escritórios da empresa no Japão, EUA e Canadá. O golpe levou a empresa a fechar servidores e cessar comunicações por meios eletrônicos, com apenas o e-mail corporativo voltando a funcionar dias após o golpe, que não apenas roubou as informações como bloqueou o acesso dos próprios funcionários a elas.

O resgate pedido foi de US$ 11 milhões em criptomoedas, com o vazamento deste domingo indicando que a Capcom não negociou com os criminosos. A ideia, agora, é de que um pequeno volume foi liberado na internet para provar o que os hackers têm em mãos, de forma a forçar a companhia a realizar o pagamento. Além da lista de conteúdos comprometidos, porém, ela não se pronunciou sobre o assunto.

FONTE: CANALTECH

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