Amazon, Google, Microsoft processados por causa de fotos em banco de dados de reconhecimento facial.

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Os demandantes alegam que as empresas utilizaram fotos de pessoas sem seus consentimentos para treinar suas tecnologias.

Amazon, Google, Alphabet e Microsoft utilizaram fotos de pessoas para treinar suas tecnologias de reconhecimento facial, porém sem obter a permissão dos participantes. O que configura em violação a um estatuto de privacidade biométrica de Illinois, como alega um trio de processos federais arquivados em julho.

As fotos em questão faziam parte do banco de dados Diversity in Faces da IBM, que foi desenvolvido para promover o estudo de justiça e precisão no reconhecimento facial. Considerando mais do que apenas o tom de pele, idade e gênero. Os dados incluem 1 milhão de imagens de rostos humanos. E conta com tags como simetria facial, comprimento do nariz e altura da testa.

Os dois residentes de Illinois que abriram os processos, Steven Vance e Tim Janecyk, dizem que suas imagens foram incluídas nesse conjunto de dados sem sua permissão, apesar de se identificarem claramente como residentes de Illinois. A coleta, o armazenamento e o uso de informações biométricas são ilegais no estado quando não há o consentimento por escrito, de acordo com a Lei de Privacidade de Informações Biométricas, aprovada pelo legislativo de Illinois em 2008.

Os réus “escolheram usar e lucrar com identificadores biométricos e informações digitalizadas de fotos enviadas de Illinois; gerenciadas por meio de contas de usuários, computadores e dispositivos móveis baseados em Illinois, e/ou criadas em Illinois”, dizem os processos. “Ao fazer isso, [os réus] expuseram os residentes e cidadãos de Illinois a riscos contínuos de privacidade dentro de Illinois, sabendo que [sua] conduta prejudicaria os residentes e cidadãos de Illinois.”

O reconhecimento facial tem enfrentado reação de  defensores da  privacidade e legisladores, e um punhado de cidades norte-americanas proibiu o uso municipal da tecnologia. Em 2019, legisladores democratas norte-americanos propuseram proibir as unidades habitacionais públicas de usar tecnologia como reconhecimento facial. Ainda assim, os sistemas de reconhecimento facial estão a caminho de se tornarem comuns  em aeroportos e shopping centers, e algumas empresas os estão vendendo para departamentos de polícia.

Os críticos citam estudos que mostram que a tecnologia tem baixas taxas de acerto para mulheres e minorias. Quando funciona corretamente, acrescentam, tem o potencial de se tornar uma forma de vigilância inevitável e invasiva. Empresas como a Clearview AI, que possui tecnologia que permite aos usuários identificar pessoas comparando seus rostos a fotos retiradas da internet, levantaram preocupações sobre o poder da tecnologia.

A IBM, que coletou as imagens do site de fotos Flickr, enfrentou críticas no início deste ano de alguns fotógrafos, especialistas e ativistas por não informar às pessoas que suas imagens estavam sendo usadas para melhorar a tecnologia de reconhecimento facial. Em resposta, a IBM disse que leva a privacidade a sério e que os usuários podem optar por não participar do conjunto de dados.

A IBM tem sido uma forte defensora da regulamentação do reconhecimento facial, mas em junho a empresa anunciou que está se retirando desse mercado, dizendo que teme que a tecnologia esteja sendo usada para promover discriminação e injustiça racial.

As ações judiciais, movidas nos tribunais estaduais da Califórnia e de Washington, onde as empresas estão sediadas, buscam o status de ação coletiva, bem como danos monetários e restrição das atividades dos réus relativas ao banco de dados.

A Microsoft disse que recebeu a reclamação e está analisando-a.

“Levamos a privacidade a sério e temos o compromisso de garantir que nossa tecnologia de IA seja desenvolvida e usada com responsabilidade”, disse um porta-voz da Microsoft.

Representantes da Amazon e do Google não responderam aos pedidos de comentários.

FONTE: PRIVACYTECH

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