Dispara o número de ataques globais de ransomware nos últimos três meses, diz estudo

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Os pesquisadores da divisão Check Point Research (CPR), braço de Inteligência em Ameaças da Check Point Software Technologies Ltd,  realizaram um estudo global sobre a evolução dos ataques de ransomware que revelou um salto de 50% na média diária desses ataques nos últimos três meses em comparação com o segundo trimestre de 2020. O ransomware é uma ameaça cada vez maior em todo o mundo, reivindicando uma nova vítima a cada 10 segundos , provando ser um método de ataque lucrativo para os cibercriminosos. A Check Point Research (CPR) estudou e analisou essa onda de ataques recentes identificando os países-alvo, os motivos potenciais e recomendando as melhores práticas às organizações para evitarem os ataques de ransomware.

À medida que esses ataques continuam a amadurecer em frequência e intensidade, seu impacto nos negócios cresce exponencialmente. No Brasil, os pesquisadores da Check Point identificaram que o país teve um aumento de 40% desses ataques neste último trimestre. Outros cinco países bastante afetados por ransomware no terceiro trimestre em termos de número de ataques são os Estados Unidos com um aumento de 98,1%, a Índia (39,2%), o Sri Lanka (436%), a Rússia (57,9%) e a Turquia (32,5%).

Os principais destaques do estudo apontam para:

  • o ransomware Ryuk que, atualmente, ataca 20 organizações por semana;
  • a porcentagem de organizações globais de saúde afetadas por ransomware dobrou: saúde é agora o setor número um mais atacado nos Estados Unidos;
  • os principais tipos de ransomware nos últimos três meses: Maze e Ryuk;
  • os cinco principais setores globais mais afetados por ameaças de ransomware: comunicações, educação e pesquisa, governo e instituições militares, fornecedores de software e serviços públicos (Utilities).

“O ransomware está quebrando recordes em 2020. As tendências do ransomware começaram com o advento da pandemia do novo Coronavírus, à medida que as organizações se esforçavam para implementar trabalho remoto aos seus colaboradores, deixando lacunas significativas em seus sistemas de TI. No entanto, apenas os últimos três meses mostraram surtos alarmantes desse tipo de ciberataques. Mas, a pergunta que ‘não quer calar’ é por que agora?”, indaga Lotem Finkelsteen, diretor de Inteligência de Ameaças da Check Point.

Finkelsteen avalia que as principais motivações sejam:

  • Ataques mais sofisticados, como Double Extortion. Nesse tipo de ataque, os cibercriminosos primeiro extraem grandes quantidades de informações confidenciais, antes de criptografar os bancos de dados da vítima. Depois disso, eles ameaçarão publicar essas informações, a menos que os pedidos de resgate sejam pagos, colocando uma pressão substancial nas organizações para que atendam a esses atacantes.
  • Disponibilidade para pagar. Os atacantes escolhem deliberadamente um preço de resgate que os alvos estão mais dispostos a pagar. Dessa forma, as vítimas de ransomware optam por simplesmente pagar o preço, em vez de lidar com a dor de cabeça e o tempo necessário para recuperar seus sistemas de TI. Além disso, os alvos estão mais dispostos a pagar para evitar estresse adicional, devido aos atuais momentos econômicos difíceis devido ao Coronavírus. Porém, isso poderá mudar assim que a COVID-19 ficar para trás. No entanto, pagar o resgate cria um ciclo vicioso: quanto mais esse tipo de ataque é bem-sucedido, ele ocorrerá com frequência.
  • O retorno do Emotet abre novos pontos de entrada. Após uma ausência de cinco meses, o malware Emotet voltou ao primeiro lugar no Índice Global de Ameaças mensal da Check Point, impactando 5% das organizações globalmente. O Emotet é um Trojan avançado, auto propagável e modular. Era anteriormente um Trojan bancário e recentemente foi usado como distribuidor de outros malwares ou campanhas maliciosas. As operações do Emotet visam vender detalhes das vítimas infectadas para distribuidores de ransomware e, como já estão infectadas, elas ficam vulneráveis a mais ataques. Isso torna os ataques de ransomware ainda mais “eficazes” para o atacante, pois mais alvos infectados significam mais pontos de entrada para este tipo de ciberataque.

“Eu receio que as ameaças de ransomware fiquem muito piores à medida que virarmos para o ano novo. Por isso, eu recomendo fortemente às organizações que se preparem e sejam mais vigilantes”, conclui Finkelsteen.

FONTE: TI INSIDE

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